A eficiência energética não permite a redução de emissões de carbono. A afirmação foi proferida por Bill St. Arnaud, responsável da empresa Canarie, no decorrer do 18º Congresso das Comunicações, para ilustrar o fracasso das estratégias que contemplem a eficiência energética como modo de reduzir as emissões de carbono.
Presentemente, cada pessoa é responsável por mais de 26 toneladas de CO2. Para que a economia mundial evite as alterações climáticas previstas no último relatório do IPCC, em 2050, cada pessoa deverá ser responsável por apenas uma tonelada de emissões por ano, enquanto que em 2100 este valor terá de ser de uma tonelada anual de CO2, refere o responsável da empresa canadiana.
Neste contexto, quais as estratégias para reduzir a nossa pegada de carbono? Para o responsável da empresa canadiana, a adopção de estratégias que contemplem a eficiência energética “vão levar a um maior consumo de energia, na medida em que a eficiência energética reduz os custos totais e promove o crescimento da utilização de energia”. Somente as estratégias de “carbono zero serão bem sucedidas”, refere o responsável da empresa canadiana.
Por outro lado, o responsável da Canarie refere que 60 por cento das emissões de carbono são da responsabilidade ou são directamente influenciadas pelos consumidores. Deste modo, e contrariamente à utilização de taxas de carbono para reduzir as emissões de gases com efeitos nocivos, Bill St. Arnaud refere que em lugar de penalizar os consumidores pelas suas emissões de carbono, os governos deveriam “recompensar os consumidores que reduzam as suas emissões”, propõe o responsável da Canarie. E Bill St. Arnaud refere que estes incentivos deveriam ser “produtos virtuais distribuídos através da Web ou serviços de tecnologias de informação e comunicações”
Exemplos de recompensa da redução das emissões de carbono
• Descargas gratuitas de músicas, vídeo na redução do consumo de electricidade/gás
• Serviços móveis gratuitos na redução do consumo de gasolina e pagamento de portagens
• Sistemas avançados de tele-presença em troca da redução das passagens aéreas
(Computer World, 18/11/2008)