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indústria naval Porto de Rio Grande
2008-11-19

Dono de uma das maiores construtoras do Brasil, o homem que promete construir em Rio Grande o maior estaleiro do Hemisfério Sul é, acima de qualquer coisa, um engenheiro. Uma história que Walter Torre Jr. gosta de contar mostra sua ligação com a engenharia: no início da década de 1980, logo após fundar a construtora, improvisou o escritório em um ônibus e passou dois anos rodando de obra em obra. Mais de 20 anos depois, ele comanda uma empresa com receita de R$ 610 milhões em 2007 e projetos em diversos países.

Mas é para Rio Grande que suas atenções estão voltadas em boa parte do tempo. Na cidade gaúcha, a WTorre ergue um projeto que em pouco mais de dois anos deverá empregar cerca de 15 mil pessoas em três áreas contíguas: a do Dique Seco (ERG1), estrutura para montagens de plataformas, a da fábrica de cascos de navios (ERG2) e a do condomínio de empresas prestadoras de serviços para a indústria naval (ERG3).

Na semana passada, após palestra na Federasul, recebeu Zero Hora. Confira trechos da entrevista:

Zero Hora – Que tipo de impacto o pólo deve ter na cidade de Rio Grande e na Zona Sul?
Walter Torre Jr.
– Pode ser extremamente positivo, mas, caso a gente não se prepare, pode ser negativo também. Em todos os locais onde o crescimento é muito rápido, pode faltar infra-estrutura, ocasionando favelização e outros problemas. Do ponto de vista comercial e imobiliário, o efeito é fantástico, porque a economia vai girar. Mas é importante que a gente dê mão para a iniciativa pública, e que eles comecem a antever a infra-estrutura necessária para não sermos pegos de calças curtas. Temos a oportunidade única de criar o que aconteceu na Ásia. Cingapura não existia e, num estalo, passou a ser o grande Tigre Asiático. Nós não teremos outra chance de acertar. É importante que peguemos esta onda, porque ela será em dois ou três anos.

Na prática, quem precisa fazer o quê para evitar efeitos colaterais do crescimento?
Torre Jr.
– Com certeza o poder público, a prefeitura, tem de dar infra-estrutura para atender à população, com escolas, médicos. Oferecer desde transporte até bem-estar a esta turma nova que chegará. Esse funcionário que chega vem com um bom emprego, bom salário, fazendo uma “competição desleal” com o morador que está ali vivendo a sua vida de sempre. É importante que o morador não seja expulso do seu lugar porque vem um novo sujeito com mais dinheiro. De nossa parte, a idéia com o novo bairro residencial é justamente criar essa nova cidade que vai florescer, não em detrimento ao morador antigo, mas complementando.

Esses trabalhadores que chegarão serão locatários ou compradores no novo bairro habitacional?
Torre Jr.
– É uma venda normal, uma casa como outra qualquer. Faz parte até do engajamento do funcionário que ele compre a casa. Faz parte da estratégia das companhias que o sujeito venha e finque raízes. Até porque a empresa vai ter de investir muito nesse funcionário, tem o custo de treinamento, e não é agradável que depois de preparado ele parta para um concorrente. Queremos que ele tenha uma condição única de morar, como nunca teve.

Por que Rio Grande foi escolhida?
Torre Jr.
– Primeiro por dois aspectos técnicos específicos: o canal com calado natural de 18 metros e a qualidade geológica do terreno, com condição de escavar e suportar carga. No país, há quatro ou cinco locais que permitem que se faça isso, e os outros concorrentes já estavam em outros Estados. O que estava vago era Rio Grande. Então, nós que não fazíamos parte do jogo escolhemos o Estado para ser nosso parceiro e lutar para trazer isso para cá. Fomos muito bem recebidos. O Rio Grande não tinha muita opção: era acreditar na gente ou nada.

Quais os atrativos do município para as empresas?
Torre Jr.
– Terá a infra-estrutura e, como a maior demanda estará em Rio Grande, será mais lógico para elas ficarem aqui, onde o custo é mais baixo, a qualidade de vida é boa... Não podemos perder isso. A nossa vantagem em relação a outros Estados é essa. O estrangeiro vem para trabalhar e se preocupa muito com a vida dos funcionários, a segurança, a tranqüilidade. Na hora em que atrairmos três ou quatro companhias de fora, isso vira uma febre, porque são estrangeiros, e um gosta de ficar perto do outro.

Essa fusão vai dar estofo para participarem das concorrências da Petrobras?
Torre Jr.
– Com certeza. Esse parceiro é um cliente da Petrobras. Isso seria um diferencial. E tendo o estaleiro, terá conosco grande chance de ganhar as concorrências.

Tendo em vista a necessidade de até 20 mil trabalhadores para o pólo naval, como resolver a dificuldade de encontrar pessoal qualificado?
Walter Torre Jr.
– Temos de treinar, treinar, treinar. Quanto mais preparados estivermos no Sul, menos importação de mão-de-obra vamos ter. É até mais barato a pessoa não vir de fora. Então, é importante que nos antecipemos. A realidade já chegou. Já tem um ganhador que vai fazer uma plataforma dentro do nosso dique (a P-55) e sabemos que daqui a cinco ou seis meses vai usar mão-de-obra. Até tem o pessoal que fez a P-53 que está sem trabalho, o que é uma pena: o governo tinha de fazer algum programa para segurá-los aqui e não criar um êxodo dessa mão-de-obra da qual vamos precisar.

A expectativa é usar quanto de mão-de-obra gaúcha ou da região?
Torre Jr.
– Vai depender. O que eu senti muito na obra da construção civil (do dique) é que estamos conseguindo repatriar gaúchos. Hoje, na nossa obra, podemos dizer que mais de 75% são gaúchos. Mas o interessante é que de 20% a 25% são gaúchos que não estavam morando aqui. Vamos trazer gaúchos que saíram daqui.

(Por Sebastião Ribeiro, ZH, 19/11/2008)


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