Estão previstos investimentos de US$ 152 bilhões na economia até 2015.
Há quem compare o momento vivido no sul do Estado com a introdução do plantio do arroz na região, seis décadas atrás. Outros acreditam que a revolução em curso com investimentos vindos de todos os lados nem encontre parâmetros na história econômica local. Até 2015, US$ 15,2 bilhões devem ser aplicados, somando o que for investido na indústria naval a empreendimentos no setor madeireiro, na celulose, na vitivinicultura.
Basta andar algumas horas pelas principais cidades da Região Sul para perceber uma movimentação incomum até pouco tempo atrás. Nos cafés, uma mistura de sotaques, de gente vinda de várias partes. Quem busca emprego respira esperança. Quem pensa em investir vê oportunidades.
Não são apenas as cidades-pólo – Rio Grande e Pelotas – as beneficiadas, embora concentrem a maior parte das obras e instalações. Elas trazem também otimismo a 108 municípios da porção meridional do Rio Grande. Indústrias de toda a região buscam um jeito de usufruir dos novos recursos.
Na onda de crescimento, os municípios se unem para não deixar escapar oportunidades. É essa a percepção do presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul, Hamilton Lima, prefeito de Chuí, que vê entre os associados o interesse na descoberta e no aproveitamento conjunto de potencialidades. Se o interlocutor for Erli Massaú, coordenador do Instituto de Pesquisa e Assessoria da Universidade Católica de Pelotas, há 19 anos estudando a economia regional, a conversa irá ainda mais longe. Massaú dirá que a mudança não se restringe à região, mas terá reflexos no Estado inteiro.
À beira do Arroio Pelotas, a 60 quilômetros de onde a plataforma P-53 da Petrobras partiu em setembro, o empresário Ari Vilas Boas, 69 anos, vislumbra no pólo naval, tema deste caderno, a chance de ampliar os negócios. Construtor de barcos de lazer, ele se prepara para atender futuras encomendas. Vilas Boas não está sozinho. Como ele, empresários e trabalhadores embalam o sonho de um novo e duradouro ciclo de riqueza.
O projeto Rumos do Sul aproveita esse bom momento para retratar a região, nesta série de quatro cadernos. Além dos suplementos, um blog em zerohora.com abre espaço para os leitores registrarem impressões e perspectivas. Elas são as melhores possíveis.
(Por Rosane Tremea*, ZH, 19/11/2008)
Editora de Interior