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política energética emissões veiculares
2008-11-19

Todos nós já sabemos e a maioria dos experts no assunto já confirmou que o Brasil tem potencial para liderar o mercado global de energias limpas. Isso, porque já temos uma posição forte com o etanol de cana-de-açúcar e ainda contamos com diversas possibilidades a partir de uma porção de plantas da nossa biodiversidade. É por este motivo que o economista Ignacy Sachs adotou a expressão “civilização da biomassa” para explicar as imensas oportunidades que nossos recursos naturais oferecem para o Brasil resolver seus problemas de desigualdade e de meio ambiente.

O problema é que nem toda oportunidade é bem aproveitada, não é mesmo?

Na última semana, o governo de São Paulo anunciou uma linha de crédito de 4 bilhões de reais para ajudar as montadoras automotivas a superar a crise financeira. O governo de Minas Gerais também anunciou estímulo semelhante. E a CEF vai liberar 2 bilhões de reais em crédito direto ao consumidor para incentivar a compra de eletrodomésticos, de móveis e de material de construção. Esse tipo de atitude tem sido comum nos países e é importante para manter os empregos e o consumo.

Porém, não podemos esquecer que junto com a crise financeira, temos uma crise ambiental também em curso no mundo, com o aquecimento global. Assim como é urgente evitar uma recessão, é urgente também diminuir nossa dependência do petróleo. Já que, no Brasil, os governos estaduais estão fazendo uso de sua autonomia para tomar atitudes que garantam o emprego da população, porque não aproveitam o momento para induzir uma transformação da nossa matriz energética e mesmo nos processos produtivos?

Essa seria uma clara oportunidade de exigir que uma parte destes recursos fosse aplicada motores S50 de caminhões. Com isso, seriam preservados das altas taxas de enxofre, ainda existentes no diesel nacional, e das doenças respiratórias os pulmões dos cidadãos. Em última instância, são eles que vão comprar os veículos que começam a encalhar nos pátios.

E por falar em veículos, por que incentivar – já que estamos falando de dinheiro público – alternativas ao transporte individual? Por que financiar vans escolares, para alunos da periferia? Ou utilitários para transporte coletivo em rotas mais curtas, nos bairros? Ou ainda para ampliar o atendimento a idosos e deficientes, para renovar a frota de ambulâncias, para Poupatempos móveis?

Há tantas maneiras de vencer a crise e resolver nossas antigas mazelas!

Nos Estados Unidos, Obama tem demonstrado preocupação com todos esses assuntos e se vê diante de uma grande contradição: ao mesmo em tempo que é preciso fazer investimentos de curto prazo, é preciso aproveitar a oportunidade para construir uma nova economia, com resultados de longo prazo.

Em seus discursos, ele tem dito que vai cobrar das empresas e da sociedade que contribuam com o Estado para resolver problemas sociais e ambientais. Isso inclui ações de responsabilidade por parte das indústrias como um todo. Ele afirmou que vai auxiliar a GM, por exemplo, desde que a empresa se comprometa a investir em energias limpas. Assim, alimenta-se um novo ciclo, cada vez mais livre do petróleo. Para resolver o problema de curto prazo, Obama exige a contrapartida do investimento no futuro, preparando as bases para uma economia com menos carbono e calcada em energias renováveis. A promessa de grandes obras em saneamento nos faz antever uma preocupação socioambiental que não tem sido comum entre seus pares no Ocidente.

Esperamos que ele consiga cumprir essas promessas e que o Brasil siga seu exemplo. Só assim poderemos pensar no futuro e, neste futuro, enxergar o Brasil como um país líder no mercado de energias limpas.

(Por Ricardo Young, Carta Capital, 18/11/2008)


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