O clima de protesto, embora pacífico e respeitoso, estava latente durante a solenidade que abriu a Semana Nacional da Mata Atlântica, hoje (17), no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “Lula, Dilma e Minc aprovaram decreto para destruir as cavernas brasileiras”, estampavam os cartazes expostos no auditório, em referência ao polêmico Decreto nº 6640, de 7 de novembro de 2008.
Entre autoridades, como o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o presidente do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Roberto Messias Franco, estava a representante da Rede de Ongs da Mata Atlântica, Elizete Sherring Siqueira, que começou seu discurso com reivindicações e reclamações pela falta de iniciativas mais enérgicas no combate ao desmatamento da Mata Atlântica.
Enquanto isso, cerca de 50 representantes aglomeraram-se na primeira fileira do teatro vestindo coletes de papel (em clara alusão ao ministro Minc, adepto de coletes), onde se liam reivindicações e palavras de ordem como “Fundo da Mata Atlântica Já” e “Pela Reforma democrática e paritária do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)”.
Bem-humorado, Minc vestiu um dos coletes oferecido pela representante da Rede de Ongs e foi aplaudido várias vezes ao anunciar avanços e iniciativas futuras como a assinatura do Decreto da Mata Atlântica prevista para amanhã (18) e a criação da Reserva Extrativista de Caçurubá, Bahia, importante reserva de Mata Atlântica e uma das principais das redes de ongs desse bioma.
“Parte do acordo que fizemos com o governador da Bahia, Jaques Wagner, é incluir Caçurubá nos 44 planos de manejo lançados na semana passada. Estamos aguardando ele voltar do exterior e a previsão é de que o decreto saia assim
que ele voltar”, informou Minc.
O ministro admitiu que as pressões são muitas por parte de setores do governo federal, governos estaduais e de grandes empresas privadas, mas que a defesa e proteção da Mata Atlântica é prioridade do ministério do Meio ambiente, que já está implementando uma séria de iniciativas de criação de unidades de preservação e parcerias com pesquisadores e com governos estaduais, como a criação da reserva de Caçurubá e a ampliação da Reserva Pau Brasil, ambas na Bahia.
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Agência Brasil, 18/11/2008)