'Bioetanol de cana-de-açúcar -Energia para o desenvolvimento sustentável' é o título do livro que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança nesta segunda-feira, na abertura do Seminário Internacional sobre Biocombustível, em São Paulo.
O objetivando da obra é tornar o etanol brasileiro mais conhecido no mundo, vencer a barreira de desconfiança que ainda cerca o produto no que diz respeito a aspectos diversos da cadeia produtiva, e servir de subsídio para a abertura de um diálogo internacional no sentido de construir um mercado mundial de biocombustíveis, especificamente o etanol da cana-de-açúcar.
O livro é uma compilação didática das principais características do etanol brasileiro, suas vantagens econômicas, sociais e ambientais e as diferenças entre o produto brasileiro, derivado da cana, o norte-americano, extraído do milho, e o europeu, retirado da beterraba e do trigo.
Para o chefe de Departamento da Área de. Planejamento do BNDES, Paulo de Sá Campello Faveret Filho, o livro foi o modo encontrado pelo governo federal para vencer a desconfiança que ainda cerca o etanol brasileiro em alguns países, principalmente por causa da desinformação.
Segundo Campello, a obra apresenta "de maneira coerente, e muito consistente", o etanol para leigos, especialmente estrangeiros.
- Nossa intenção é que ele ajude a eliminar uma parte da desinformação que existe e a consolidar o produto como uma commodity energética de primeiro nível - disse.
O autor do livro, o professor Luiz Augusto Horta Nogueira da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), destaca que a desinformação sobre o etanol não é gratuita.
- As empresas que estão bem, do ponto de vista da energia e a exportam para o mundo, sempre colocaram obstáculos ao uso do etanol. Mas é hoje transparente que vários países podem reduzir as suas importação de combustíveis e dinamizar a sua economia apenas substituindo os derivados fósseis [petróleo, carvão e derivados] por produto local proveniente da cana, gerando emprego e renda - disse.
Para ele, o problema é que além de enfrentar a barreira de países poderosos, como os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), é necessário produzir etanol em bases não-sustentáveis.
- O etanol que é produzido na Itália, na Alemanha, usa o trigo como matéria prima e isto afeta diretamente a produção de alimentos. Outros usam a beterraba, o milho e não a cana - disse.
A proposta do governo, tendo como ponta de lança o BNDES, é promover no início do próximo ano um road show (evento itinerante) para levar informações sobre o etanol a pelo menos quatro grandes blocos continentais: América do Norte, América Central e Caribe, América do Sul e Europa.
(Agência Brasil,
Jornal do Brasil Online, 16/11/2008)