Vereadores serão ouvidos sobre votação do Pontal do EstaleiroO Ministério Público vai verificar se há algo de concreto nas insinuações feitas por vereadores sobre supostas negociatas na Câmara de Vereadores da Capital com o objetivo de aprovar o projeto Pontal do Estaleiro. No sábado, a partir de informações divulgadas na imprensa, promotores decidiram instaurar investigação preliminar.
Hoje, a mesa diretora da Casa fará reunião para discutir o assunto. Depois da aprovação do projeto por 20 votos a 14, ocorrida na quarta-feira em tumultuada sessão, os vereadores Beto Moesch (PP) e Neuza Canabarro (PDT) deram a entender em entrevistas que votos teriam sido comprados. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público vai chamar os dois vereadores para que prestem esclarecimentos sobre o que sabem.
– Se disserem que ouviram algo, tem dar nomes. Queremos ver se há algo mais do que boataria. Se houver, um inquérito civil será aberto – explicou um membro do MP.
Segundo promotores, a simples presença de lobistas na Câmara falando com vereadores no dia da votação não constitui ilegalidade. Haverá problema se for constatado a oferta ou pagamento de qualquer tipo de vantagem pessoal em troca de voto favorável ao empreendimento.
Ontem, Neuza explicou que sua manifestação foi em defesa de Moesch, uma vez que ele havia tido “coragem de falar sobre o zunzum” referente às negociatas que corria na Câmara. O presidente da Câmara, Sebastião Melo (PMDB), disse nunca ter ouvido nada sobre o assunto:
– Se tivesse ouvido qualquer zunzum, teria tomado posições preliminares, medidas cautelares.
Melo convocou para hoje reunião da Mesa e de líderes. A idéia é chegar a um consenso sobre a necessidade de convocar Moesch e Neuza para se manifestarem sobre quem teria pago e quem teria recebido propina. Melo disse também já ter conversado com colegas sobre a intenção de acionar judicialmente os dois vereadores que falaram das suspeitas.
(ZH, 17/11/2008)