Para alertar sobre os crimes praticados contra os animais marinhos, o Instituto Sea Shepherd realizou sábado várias atividades no Parcão, em Porto Alegre. Foram apresentados projetos de conscientização e educação ambiental.
Algumas crianças da Ilha Grande dos Marinheiros participaram da programação. Trazidas pela ONG Gente do Bem, aprenderam sobre formas de preservar o meio ambiente e as águas. Também fizeram desenhos, que serão guardados em uma cápsula, a ser aberta em 2350. Os materiais serão depositados pelo navio do Sea Shepherd na Ilha de Scott. 'A idéia é mostrar que no passado as crianças estavam preocupadas com as baleias e a vida marinha', ressaltou o diretor do instituto, Daniel Vairo. Ele fundou em 1999 a ONG no Brasil. 'Quando morava nos Estados Unidos conheci o trabalho do Sea Shepherd. Trabalhei na recuperação dos golfinhos feridos nas pescas predatórias e desenvolvi esse trabalho para divulgar a necessidade de preservação dos animais marinhos.' O instituto também combate a pesca predatória ilegal na área jurídica, ingressando com processos penais contra os donos de embarcações ilegais.
Em dezembro, voluntários irão para o Santuário Antártico das Baleias, no extremo Sul do país, enfrentar os baleeiros ilegais. O diretor técnico do instituto, Wendell Estol, disse que os ataques contra os animais ocorrem o ano inteiro. 'Chegam à costa do Rio Grande do Sul todos os meses animais atingidos pelo petróleo.'
Estol apontou que muitos navios fazem a limpeza de seus porões e jogam o lixo no oceano. Citou que os pingüins são os mais atingidos. 'Não conseguem fugir das camadas de óleo e depois aparecem na beira da praia doentes e sujos', apontou. Os golfinhos que fogem são pegos nas redes dos navios pesqueiros. 'Como só querem peixes, matam os golfinhos e os atiram ao mar. É lamentável.'
(CP, 17/11/2008)