Quase seis mil metros quadrados de área de exposição, distribuídos por 58 estandes, que receberam a visita de um público estimado em mais de três mil pessoas. Esse foi o saldo da Expoforest – Feira Florestal Brasileira -, realizada de terça a sexta-feira passadas no Expo Unimed Curitiba, na capital paranaense, dentro da programação da Semana Florestal Brasileira.
Marcaram presença como expositores empresas nacionais - a maioria com bases produtivas instaladas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais – e estrangeiras, do Chile, Canadá, Rússia e Suécia.
As tecnologias expostas foram basicamente relacionadas à implantação, colheita e transporte de madeira proveniente de florestas plantadas, atendendo ao interesse dos produtores do setor.
Os visitantes puderam conhecer unidades móveis de treinamento, como a oferecida pelo Senai, novidades em maquinário e até softwares voltados a otimizar as diferentes fases da cadeia produtiva.
A Semana Florestal Brasileira foi organizada pelo Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, Campo Experimental de Itapeva da Universidade Estadual Paulista e Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, por meio do Programa Temático de Silvicultura e Manejo.
Conforme o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), lançado este ano com dados relativos a 2007, o Brasil contabiliza 5.985.396 ha de florestas plantadas, somando as áreas de pinus e eucalipto – fortemente predominantes – e as de outras espécies, a exemplo da acácia negra, a teca e a araucária.
Ainda conforme o Anuário, as empresas associadas à Abraf preservaram, em 2007, 1,42 milhão de hectares de florestas nativas, representando crescimento de 5,8% sobre a área declarada em 2006.
“A floresta plantada é um cultivo de médio prazo e as empresas do setor são as que mais protegem o meio ambiente”, disse a AmbienteBrasil o engenheiro florestal Jorge Roberto Malinovski, coordenador da Semana e professor titular do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Questionado em relação às críticas por parte da comunidade ambientalista, sobretudo no que se refere à cultura de eucalipto – notoriamente polêmica -, ele colocou que as florestas plantadas estão entre as atividades de menor impacto ao meio ambiente, especialmente em comparação à pecuária e à agricultura.
“Nosso foco é produzir madeira com planejamento adequado de silvicultura, através de manejo com sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e de forma economicamente viável”, disse Malinovski, para quem as empresas do setor cumprem a norma de manter Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais com vegetação nativa em suas propriedades.
“O pessoal está investindo em recomposição de matas ciliares, o que outras atividades não fazem”, argumenta, citando uma premissa já levantada por outros setores produtivos, segundo a qual “a melhor forma de preservar é saber usar”.
Atualmente, 80% da madeira consumida no Brasil para atender à indústria de base florestal provém de plantações. Na esteira de uma preocupação planetária, o setor está atento às possibilidades de fomento criadas pela necessidade inadiável de mitigar emissões de gases de efeito estufa (GEE).
“Se a conservação das florestas naturais é aspecto fundamental para a manutenção da qualidade climática dos países em desenvolvimento, na mesma lógica, a manutenção e expansão da base de florestas plantadas é tão importante quanto”, diz o Anuário da Abraf, que traz uma seção dedicada a analisar o mercado de carbono.
No decorrer da Semana, aconteceram ainda o Encontro Brasileiro de Silvicultura, o 3º Encontro Brasileiro de Prestadores de Serviço do Segmento Florestal e o XV Seminário de Atualização Sobre Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal.
(Mônica Pinto / AmbienteBrasil, 17/11/2008)