A pior e mais devastadora tempestade dos últimos 25 anos atingiu o estado de Queensland, leste da Austrália, neste último domingo (16/11) provocando estragos significativos à capital Brisbane e às populares áreas turísticas de Gold Coast e Sunshine Coast. Milhares de casas foram destruídas, quilômetros de linhas de alta tensão caíram deixando mais de 230 mil residências sem eletricidade e até o momento uma morte confirmada.
Os residentes de um dos subúrbios mais atingidos assemelharam o estado de suas ruas após os fortes ventos e a chuva torrencial a uma zona de guerra. "Parece como uma bomba... como se tivessem jogado uma bomba muito grande no meio da nossa rua" disse Davina Thomas, residente de uma cidade próxima à Brisbane. "Nós ainda não podemos sair de casa. Há fios espalhados pelo chão, árvores atravessadas nas ruas e tudo o que podemos ouvir são sirenes e ambulâncias", disse ela a uma rádio local.
Ventos de até 210 quilômetros por hora arrancaram árvores pela raiz, telhados e paredes de casas deixando um número ainda indeterminado de desalojados. Um jovem de 20 anos e seu amigo de 23 foram sugados por um bueiro enquanto fotografavam a dramática tempestade no norte de Brisbane, segundo informações da polícia. O rapaz de 23 anos foi resgatado das águas, enquanto que o corpo sem-vida de seu amigo foi encontrado horas mais tarde.
Mais de 56.000 casas ainda permanecem sem eletricidade nesta segunda-feira após o que alguns peritos descreveram como a pior tempestade a atingir a capital do estado nos últimos 25 anos. "A única coisa que se assemelha ao que vimos hoje é o ciclone Larry (de categoria cinco, a mais alta da escala)", disse a primeira ministra do Estado Anna Bligh, referindo-se a tempestade que atingiu o norte de Queensland em março de 2006.
Nenhuma outra morte provocada pelo desastre tinha sido relatada até esta segunda-feira, segundo as autoridades. O Departamento de Serviços de Urgências do Estado relatou que recebeu mais de 15.000 chamadas entre a noite de domingo e a manhã desta segunda.
As culturas de banana e de cana de açúcar também foram arrasadas, o que terá conseqüências a longo prazo na economia das cidades do leste australiano.
(Por Tatiana Feldens, AmbienteJá, 17/11/2008)