Mesmo que novo presidente faça uma reviravolta na questão, EUA não atinjirão a meta de redução de emissões
A crise financeira tem monopolizado a agenda do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, mas o novo chefe da Casa Branca terá de responder também a outra ameaça: o meio ambiente. Ambientalistas e políticos esperam que Obama promova uma virada de 180 graus na política americana, aderindo aos instrumentos internacionais de corte de emissões e concluindo, até o final de 2009, um novo acordo global sobre mudanças climáticas.
No entanto, mesmo que Obama promova uma reviravolta na diplomacia ambiental americana, os anos perdidos pelo presidente George W. Bush já impedem que os EUA atinjam a meta de redução de emissões de gás carbônico estabelecida no final dos anos 90. E esse não é o único argumento dos pessimistas. Os planos de Obama falam sobre cortes inferiores ao que os acordos internacionais prevêem.
Aos olhos da diplomacia européia e de ativistas, porém, a eleição de Obama representa pelo menos um novo começo nas políticas ambientais e a chance de voltar a debater o assunto. A esperança de mudança cresceu com as declarações de Obama, em seu primeiro discurso após ser eleito, em 4 de novembro, quando qualificou o aquecimento global de "ameaça imediata".
Obama também deixou os ambientalistas aliviados ao reconhecer que a atividade humana tem impacto sobre o meio ambiente e não há mais como negar.
(Por Jamil Chade, Estadão, 15/11/2008)