Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, não há competição entre a produção de biocombustíveis e a de alimentos no Brasil. A conclusão é da dissertação de mestrado em Agronegócio de Dora Isabel Hernández, estudante da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o estudo "Efeitos da Produção de Etanol e Biodiesel na Produção Agropecuária do Brasil", o país tem áreas suficientes para produzir cana-de-açúcar e oleaginosas destinadas, respectivamente, à produção de etanol e de biodisel, sem que seja necessário ocupar terras de outras culturas, como soja, milho, feijão, algodão e arroz.
“A agricultura brasileira pode produzir um bem escasso, a energia renovável, que é mais amigável ao meio ambiente que o petróleo”, assinala o professor da UnB Flávio Borges Botelho, orientador da dissertação defendida por Dora Hernández.
Segundo o professor, o Brasil tem espaço para expandir a produção de bioenergia sem que isso afete a floresta Amazônica ou a produção de alimentos em outras regiões. “Vamos converter basicamente área de pastagem em área cultivada [com cana e oleaginosas destinadas, respectivamente à fabricação de etanol e biodiesel]."
“Já nos Estados Unidos (EUA), eles ocupam a área destinada à produção de milho, destinada à ração animal, para cultivar o grão que é usado na fabricação de etanol”, acrescenta Botelho.
(Por Kátia Buzar, Agência Brasil, 14/11/2008)