A detecção em laboratório da presença de uma bactéria nociva à saúde levou o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) a interditar na quinta-feira (13/11) uma concessionária de exploração de água mineral de Mato Grosso.
A ação, feita em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, fechou a empresa SF Correia e Cia Ltda e apreendeu 1.347 garrafões cheios e cerca de 129 mil rótulos da marca Buriti, uma das oito mais vendidas no Estado.
Segundo a fiscalização, a água analisada tinha concentrações elevadas da bactéria Clostrídios perfringens, que pode causar infecções gastrointestinais, diarréias e, em casos mais graves, levar à morte.
A norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) diz que a concentração máxima de "unidades formadoras de colônias" deve ser inferior a 1 por 100 ml do produto. No caso da Buriti, havia 60 unidades por 100 ml.
"O produto apresenta claro risco ao consumidor", explica o coordenador da Vigilância Sanitária, Fábio José da Silva, que já havia lacrado a indústria em 2006 por conta de más condições do sistema de envase. "Eles estavam funcionando com base em uma liminar da Justiça", relata.
O chefe da fiscalização do DNPM, Jair de Freitas, diz que a bactéria encontrada é típica de locais com grande quantidade de matéria orgânica vegetal em decomposição. "O que provavelmente ocorreu foi uma rachadura no solo, que contaminou a fonte de água", diz.
A Folha procurou a empresa. Um funcionário anotou os números para contato por telefone e disse que um diretor iria retornar a chamada. Ao final da tarde, uma nova tentativa foi feita, mas ninguém atendeu. Até a conclusão desta matéria, ninguém ligou de volta.
(Por Rodrigo Vargas, Folha S. Paulo, 15/11/2008)