A Justiça Federal no Pará decretou a prisão preventiva de um empresário acusado de submeter 163 pessoas a trabalho escravo em Placas (PA). A decisão foi tomada para que o empresário não atrapalhe as investigações.
Segundo a decisão, para intimidar testemunhas no caso, o empresário teria citado, inclusive, o caso da missionário Dorothy Stang, assassinada em 2005 no Pará por defender trabalhadores rurais.
Além do empresário, o Ministério Público acusa outros quatros dirigentes da mesma empresa por trabalho escravo e dois comerciantes que obrigavam os trabalhadores a comprarem exclusivamente em seus estabelecimentos todos os materiais para o cultivo do cacau.
Em sua maioria, essas compras eram feitas mediante empréstimos concedidos pelos próprios comerciantes, afirma o Ministério Público.
A denúncia foi baseada em dados levantados em uma operação realizada na área rural de Placas em 25 de setembro.
Dos 163 trabalhadores encontrados em condições degradantes, 30 eram crianças ou adolescentes.
(Folha online, 15/11/2008)