O Japão não vai caçar baleias-de-bossa (Megaptera novaeangliae) durante a sua campanha anual na Antárctica, anunciou hoje a agência de pescas nipónica. No entanto mantém o seu objectivo de matar mil cetáceos.
A frota baleeira vai sair do arquipélago até ao final de Novembro para caçar, como nos outros anos, baleias nos mares do Sul. Esta é uma campanha que suscita críticas de vários países, como os Estados Unidos e a Austrália, e de várias organizações ecologistas, como a Greenpeace.
No ano passado, Tóquio anunciou que a sua frota contava matar 50 baleias-de-bossa, uma espécie protegida por uma moratória decretada em 1966, depois de anos de captura intensiva. Mas sob a pressão internacional, o Governo renunciou às suas intenções, uma decisão inédita nos últimos 40 anos.
“Suspendemos a caça à baleia-de-bossa porque a Comissão Baleeira Internacional nos pediu para favorecer uma normalização das discussões no seu âmbito”, explicou Hideaki Okada, responsável da agência de pescas japonesa, organismo público responsável pela caça à baleia.
Constituída por 80 países membros, a Comissão Baleeira Internacional (CBI) regulamenta a caça e a conservação das baleias mas tem vindo a tornar-se terreno para confrontos entre pescadores (Japão, Noruega, Islândia) e protectores destes cetáceos.
Em 1986, a CBI proibiu a captura comercial à baleia mas autoriza a caça dita “científica”, com quotas precisas, uma tolerância utilizada pelo Japão para justificar as suas campanhas.
(AFP, Ecosfera, 14/11/2008)