Em pronunciamento nesta quinta-feira (13/11), o senador Jefferson Praia (PDT-AM) saudou operação recente da Polícia Federal que apreendeu duas quadrilhas que praticavam tráfico de animais silvestres em estados da Amazônia Legal. O senador, no entanto, disse que o governo, em suas três esferas de atuação, limita-se a atacar a "superfície" do problema, no lugar de oferecer políticas públicas capazes de fornecer uma alternativa viável de sobrevivência para madeireiros e caçadores ilegais da região, que conta hoje com 25 milhões de habitantes.
- A construção dessas alternativas deveria servir de base a um novo modelo amazônico de desenvolvimento econômico, social, educacional, científico-tecnológico e infra-estrutural que fizesse do amazônida um parceiro da natureza, e não o seu algoz - defendeu.
Na ação repressiva, batizada de Operação Grilhões e realizada no Maranhão, Rondônia e Tocantins, foram apreendidas 1.178 anilhas falsificadas, usadas em animais silvestres para que se fizessem passar por aves de criadores autorizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No total, foram resgatadas 2.235 aves, capturadas na região Norte e de lá transportadas até a região Sudeste e Goiás. Os policiais efetuaram 13 detenções, e cada um dos envolvidos poderá pegar até oito anos de prisão.
Em aparte, o senador Augusto Botelho (PT-RR) cobrou respeito aos hábitos culturais dos amazônidas e avaliou que o excesso de burocracia ambiental vem impedindo a criação de pequenos animais pelos moradores do interior da região.
- Deveria haver flexibilidade. Hoje, criar papagaio é crime. Devemos gerar riqueza para o povo da Amazônia, deixar que eles criem animais. Tartaruga, em Roraima, é prato tradicional. Sou contra o predador , mas tem que se respeitar costumes locais. O pobre não tem nem televisão e não pode criar papagaio - lamentou Augusto Botelho.
(Agência Senado, 13/11/2008)