O corte do abastecimento de água nos bairros Fião, Cohab-Duque, São Jorge, Cristo Rei, Padre Reus, Otacília, São João Batista e Vicentina está causando transtornos a cerca de 30 mil moradores. Eles estão sem água desde a manhã de quarta-feira, quando uma adutora se rompeu na Estação Unisinos da Trensurb. O Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) está trabalhando no conserto e a previsão é que somente hoje à noite o abastecimento seja normalizado. Até lá, o trem continuará mais lento no trecho entre as estações Unisinos e São Leopoldo.
Para tentar amenizar o problema, caminhões-pipa estão levando água aos bairros, mas a ação parece não ser suficiente. Na quarta, o Semae tinha incluído o bairro Cohab-Duque e São Jorge na lista, mas ontem informou que eles não foram atingidos. No entanto, na noite de ontem moradores dessas áreas protestaram pela falta de água, fechando a Avenida Unisinos.
Conforme a moradora no bairro São João Batista, Marcela de Souza, 19 anos, está difícil ficar sem água há dois dias. Ela reclamou que o caminhão passou rápido e não deixou água no local. “Minha filha, que tem 3 anos, estava com febre e não pude nem dar um banho nela.’’ Marcela e suas vizinhas chegaram a juntar várias vasilhas para recolher a água, mas elas ficaram vazias na porta de casa.
Já no bairro Otacília, uma vertente que fica em um beco na Rua Aconcágua vem atraindo os moradores. “Tinha gente aqui até de madrugada’’, contou Zilma da Silva, 48, que mora em frente à vertente. Vizinha da obra na Estação Unisinos, Andressa Oliveira, 21, acha que o conserto deveria ser mais rápido. “Na quarta, o pessoal saiu de lá às 17h30. Deveriam ficar 24 horas, para resolver logo a situação. Isso é um descaso, pois as pessoas estão tomando banho de canequinha.’’
Equipe
Até a tarde de ontem, a equipe que trabalhava no reparo da adutora tinha encontrado dois pontos trincados, de um metro e outro de 40 centímetros. Oitenta pessoas estão envolvidas, segundo o Semae. Além das casas, recebem água do caminhão-pipa o Hospital Centenário, escolas, quartéis e indústrias.
De acordo com o diretor do Semae, Luiz Antônio Castro, o rompimento foi causado pela passagem dos trens. “O cano estava sobre um grande bloco de concreto, que também estava trincado. Como a adutora passava sob o trem, não era possível fazer um trabalho preventivo’’, disse. Devido à estrutura, o trabalho deve ser minucioso. “Foi preciso remover o bloco de concreto com cuidado para não danificar mais o cano. Agora é preciso trocar esta parte. Acredito que a situação estará normalizada amanhã (hoje) à noite.’’ Ele informou também que em 15 dias será apresentado um projeto para que o trecho da adutora que passa sob a linha férrea seja deslocado para que situações como essa não voltem a ocorrer.
(Jornal VS, 14/11/2008)