Na última sexta-feira, 7, 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram despejadas por tropas das polícias Federal, Civil e Militar da fazenda Nega Madalena, em Tucumã (PA). A ordem judicial foi expedida pelo juiz federal Carlos Henrique Haddad, de Marabá. A Nega Madalena é uma das sete propriedades pertencentes aos narcotraficantes Fernandinho Beira-Mar e Leonardo Mendonça.
Os advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Xinguara, que defendem as famílias sem-terra entraram com recurso no Tribunal Regional Federal (TRF) em Brasília contra a decisão do juiz, mas antes de o recurso ser julgado Haddad autorizou o despejo. O clima é tenso na região, porque o MST se mobiliza para voltar a ocupar a fazenda, alegando que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faz medições e estudos para desapropriá-la e transformá-la em assentamento.
Haddad determinou a retirada das famílias pela polícia sem ouvir o MPF ou informar a qualquer órgão de intermediação para que pudessem planejar a saída e a permanência dos sem-terra em lugar seguro. As fazendas dos traficantes se encontram sob a responsabilidade da 5ª Vara da Justiça Federal de Goiás.
O MST afirma que a ação da polícia quebrou um acordo prévio entre a Justiça, o Incra e as famílias, que já tinham concordado em sair pacificamente da área para que os técnicos do Incra pudessem realizar os trabalhos de identificação e vistoria do imóvel.
(Amazonia.org.br, 14/11/2008)