A tumultuada votação do projeto Pontal do Estaleiro pela Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira (12/11), mostrou muito mais do que um embate de forças contrárias e favoráveis à idéia de encher de prédios a beira do Lago Guaíba.
Independentemente da aprovação do projeto, a sessão da Câmara Municipal da Capital serviu para exibir a fragilidade dos argumentos dos vereadores que ocuparam a tribuna para defender suas posições. Ficou claro que o projeto não teve a devida apreciação popular e que, da forma como foi encaminhado, há uma grande chance de se transferir para o Judiciário uma decisão que deveria ser da sociedade - muito mais do que de seus representantes, ainda mais considerando-se que boa parte dos que ontem votaram não estarão mais representando o legislativo municipal a partir de janeiro.
Caso o prefeito José Fogaça sancione a matéria, o vereador Beto Moesch (PP) prometeu ingressar novamente em juízo. Segundo ele, a matéria alterou parte do Plano Diretor da Capital antes mesmo da votação do projeto do novo Plano Diretor, o que é um absurdo, considerando que o atual plano está obsoleto e impõe problemas sérios ao planejamento em diversos bairros da Capital.
O destino de aproximadamente 70 quilômetros de orla do Guaíba merecia uma discussão mais aberta do que a testemunhada ontem pelos porto-alegrenses.
(Cláudia Viegas, AmbienteJÁ, 13/11/2008)