Em resposta a protestos de indígenas contra a extinção da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que não vai compactuar com quem defende uma atenção à saúde "de baixa qualidade e corrupta".
Temporão enviou ao Congresso, em agosto, projeto de lei que cria uma secretaria, ligada à sua pasta, que seria responsável pela saúde indígena. A proposta recebeu críticas de índios que participaram ontem de reunião do Conselho Nacional de Saúde.
"O governo não ouviu a gente", disse Yssô Truká, do conselho distrital de saúde indígena de Pernambuco. "Não é verdade", rebateu o ministro, dizendo que a pasta tem recebido lideranças desde o envio da proposta.
A assessoria do ministério disse que as afirmações se referiam a informações públicas contidas em relatórios da CGU (Controladoria Geral da União) de anos passados e que, em nenhum momento, houve críticas à atual gestão.
Após a reunião do conselho, Temporão recebeu as lideranças. Elas saíram descontentes com o resultado da conversa. Truká disse que, se os argumentos não forem considerados, indígenas invadirão usinas e estradas.
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Folha, 13/11/2008)