O grupo WTorre anunciou ontem que a controlada WTorre Óleo e Gás está prestes a fechar uma fusão com uma empresa asiática para explorar principalmente o mercado de construção naval ligado ao petróleo. A parceria com a companhia estrangeira, cujo nome ainda é guardado em segredo, terá como primeiros projetos a construção de um novo estaleiro e de um condomínio de sistemistas e fornecedores para o pólo naval do Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. Os dois empreendimentos terão um investimento de R$ 500 milhões. No local, a WTorre já está construindo o Dique Seco que será operado pela Petrobras por 10 anos a partir de 2009 para a fabricação de cascos. "Para este novo estaleiro estamos procurando trazer um grande grupo para ser nosso parceiro tecnológico e financeiro e assim concorrer globalmente. É um grande player global, que já está no Brasil", diz o presidente da WTorre, Walter Torre Júnior. Os dois novos projetos, com conclusão prevista para dois anos, ficarão em áreas vizinhas ao Dique Seco, programado para pronto ano que vem com um aporte próximo de R$ 900 milhões. O Dique seco será um dos ativos que entrará na fusão.
Segundo ele, o segundo estaleiro poderá fazer módulos para plataformas de petróleo e cascos também para navios de carga geral e minério de ferro. A intenção, conforme Walter Torre, é alcançar a independência das encomendas da Petrobras. "Não podemos ficar só dependente deles. Se ficarmos vinculados à Petrobras, teremos um cliente só", diz o empresário, que entretanto reconhece a importância da estatal ao dar "o empurrão" que criou o pólo naval em Rio Grande. A WTorre afirma que, ganhando escala com o novo estaleiro, estará apta a competir com a indústria off shore da Ásia.
O Dique Seco, chamado de ERG1, abreviação de Estaleiro Rio Grande, tem capacidade para processar até 1,6 mil toneladas de chapas de aço por mês. Com o novo estaleiro, batizado de ERG 2, a capacidade vai chegar a 6 mil toneladas/mês. No ERG 3, que será o condomínio de fornecedores, será implantada a infra-estrutura para que os sistemistas sejam atraídos e se instalem no complexo, o que daria uma competitividade ainda maior para a indústria naval local(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Caio Cigana)
(Gazeta Mercantil, 13/11/2008)