A aprovação das mudanças na lei municipal a fim de permitir a construção do Pontal do Estaleiro não deverá livrar o projeto de novos obstáculos em seu caminho até a margem do Guaíba. O grupo formado por integrantes do Fórum Municipal de Entidades, estudantes universitários e ambientalistas pretende colocar em prática uma nova estratégia a partir de hoje: pressionar politicamente o prefeito José Fogaça para vetar a iniciativa e, caso essa etapa também seja superada, investir em novas ações judiciais.

Fogaça dispõe de 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. Durante esse período, a intenção dos adversários do Pontal é realizar manifestações diante da prefeitura sob a convicção de que esse é um tema incômodo para a administração municipal.

Entenda a polêmica sobre a utilização da área do antigo Estaleiro Só, na Zona Sul da Capital, e veja como poderia ficar o local, de acordo com projeções da BM Par Empreendimentos

O novo terreno de luta começou a ser preparado ainda ontem, mesmo antes da votação em plenário. Com um megafone em mãos, o secretário do Fórum Municipal de Entidades, Paulo Guarnieri, conclamou um grupo formado principalmente por estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a focar as mobilizações durante o período previsto para a sanção do projeto.

– Se isso também não der certo, será a vez das entidades se mobilizarem por meio de ações judiciais – disse.

No lado de fora da Câmara, as cadeiras colocadas diante de um telão foram ocupadas quase que inteiramente por manifestantes contrários ao Pontal. No começo da tarde, ainda havia no local um pequeno grupo de integrantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (STICC).

– Acreditamos que seriam criados mil empregos – afirmou Dercírio Júnior, fiscal da STICC.

Pouco depois, foram embora. A sessão foi acompanhada pelo telão em clima de Copa do Mundo: os pronunciamentos dos vereadores eram saudados por gritos de apoio ou vaias, xingamentos e até o lançamento de moedas para o alto.

Ao final da tarde, um grupo de duas dezenas de estudantes interrompeu o trânsito por períodos de alguns minutos diante da Câmara, mas em seguida foi conduzido à calçada pela Brigada Militar.

(ZH, 13/11/2008)