Ampliação do projeto criará um dos maiores estaleiros do mundo.
Com a ampliação dos empreendimentos da construtora WTorre em Rio Grande, o pólo naval absorverá uma mão-de-obra de 16 mil a 20 mil pessoas em aproximadamente três anos.
Somente os novos projetos antecipados na semana passada por Zero Hora — a fábrica de cascos (ERG2) contígua ao Dique Seco e o condomínio de empresas petrolíferas e do ramo de navegação (ERG3) —, empregarão até 5 mil trabalhadores.
Com a construção de plataformas de petróleo no Dique Seco (ERG1), o número de funcionários atingiria a estimativa total em 2012, disse Walter Torre Jr., palestrante de ontem da reunião-almoço Tá Na Mesa, da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado. O executivo explicou que a ampliação do projeto, que inicialmente previa apenas o Dique Seco, com locação à Petrobras nos primeiros 10 anos, elevará a capacidade de processamento de aço do pólo naval rio-grandino das 1,8 mil toneladas projetadas originalmente para 6 mil toneladas, tornando-o um dos maiores estaleiros do mundo. A idéia é atender empresas de petróleo globais e mercados diversos, como o de navios para transporte oceânico de minério.
— O nosso sonho é criar um pólo real, independente da empresa-mãe, a Petrobras. Estar ancorado a ela é uma delícia, mas estar aberto ao mundo é um conforto ainda maior — projeta Torre Jr.
Ele não acredita que a queda do preço do barril de petróleo para menos de US$ 60 comprometa os investimentos da estatal, já que esse mercado trabalha com projeções de longo prazo.
O Dique Seco ficará pronto apenas na segunda metade de 2009. Mas a construção da primeira plataforma licitada, a P-55, começa antes, no início de 2009. Os primeiros trabalhos serão realizados na oficina, obra menos complexa do que o dique. O investimento total no ERG1 ficará entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões. Para a construção do ERG2 e do ERG3, a previsão é de mais R$ 500 milhões.
A operação do segundo estaleiro ficará a cargo de uma nova empresa, que resultará da fusão da divisão de óleo e gás da WTorre com uma companhia asiática com tradição na indústria naval. O nome do parceiro será divulgado em até três meses, garantiu Torre Jr. Além da experiência em estaleiros, o sócio deverá auxiliar na captação de recursos.
— Ao contrário do que ocorreu na P-53, quando muitos módulos foram feitos fora e acoplados aqui, queremos fazer toda a plataforma no Rio Grande do Sul — disse o presidente da WTorre.
A estimativa é de que em até três anos os projetos da construtora em Rio Grande já estejam em operação, incluindo um bairro residencial que terá capacidade de receber até 6 mil unidades pré-fabricadas
(ZH, 13/11/2008)