Pelo menos sete animais morreram nos últimos 30 dias
Diversos moradores do bairro Noal convivem, nos últimos meses, com a revolta e uma dúvida que não quer calar. Só nos últimos 30 dias, pelo menos sete animais (entre cães e gatos) teriam sido envenenados. A maioria morreu antes mesmo de receber atendimento. Uma comerciária, que prefere não se identificar, conta que alimenta diversos cães que vivem na rua. Do grupo inteiro, três morreram na segunda-feira. Só restaram dois.
— Não consigo entender como alguém pode ser tão ruim e fazer mal a quem não pode se defender — lamenta.
Uma vizinha dela, a estudante Mariana Menezes Nascimento, 18 anos, ainda conseguiu levar sua gata, Bidi, para um plantão veterinário, quando percebeu o seu comportamento "estranho". Depois de uma internação de 24 horas, tratamentos com remédios e até alimentação especial, a bichana se recuperou, mas ainda tem seqüelas. O diagnóstico?
— O veterinário não teve dúvidas em afirmar que foi envenenamento. E a Bidi nunca sai de casa. Alguém atirou veneno para ela aqui — disse a estudante.
Coincidência ou não, animais também morreram em série no campus da Universidade Federal de Santa Maria. Na manhã desta quarta, um grupo de estudantes e servidores encontrou dois cães e um gato mortos. Além disso, três gatos teriam desaparecido.
O grupo de servidores e estudantes juntou dinheiro para pagar um exame toxicológico e tentar descobrir que tipo de veneno foi usado para matar os animais. A intenção é entregar o laudo à Polícia Civil, para ajudar nas investigações.
O delegado responsável pelo Posto Especial Criminal da Polícia Civil (PEC), Marcos Rogério Ribeiro, diz que é importante que as pessoas que perderam animais por envenenamento registrem queixa e apontem suspeitos.
— Normalmente a pena é revertida em pagamento de cestas básicas a instituições assistenciais ou prestação de serviços à comunidade. Mas é importante que, de alguma forma, os responsáveis sejam punidos — diz o delegado.
(Por Bianca Backes, ZH, 12/11/2008)