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ecoturismo
2008-11-13

Desde 2001, os cariocas apaixonados por esportes radicais têm programa garantido para o mês de outubro: a Mostra Internacional de Filmes de Montanha, responsável por lotar a sala de projeções do Odeon, um dos cinemas mais charmosos do Rio de Janeiro. Hoje consolidado no cenário nacional, o evento é fruto do esforço de Alexandre Diniz e Larissa Cunha, sócios na 9d Produções e esportistas de longa data. São eles que, ano após ano, correm atrás de patrocínios e apoios para exibir os produtos audiovisuais de forte apelo ecológico.

O festival brasileiro faz parte do calendário da turnê mundial do Festival de Filmes de Montanha de Banff, o mais conceituado do planeta. Realizado no Parque Nacional de Banff, na Província de Alberta, Canadá, desde 1976, reúne o que de melhor é produzido para o cinema sobre esportes radicais e montanhismo, principalmente. Depois dele, os principais filmes viajam para 80 cidades de 28 países, espalhados por todos os continentes.

A história do evento no Rio de Janeiro se confunde com a vida de Alexandre Diniz. Ainda criança, este carioca de 40 anos tinha uma queda por todos os tipos de esportes: bastava convidá-lo para surfar, jogar futebol, vôlei ou squash e lá ia o rapaz. Mas foi apenas em 1995 que ele descobriu a atividade responsável por lhe fazer a cabeça. “Naquele ano, um estagiário do banco em que trabalho me convidou para escalar o Grajaú. Eu achei bem legal, mas preferi declinar do convite e me matriculei num curso de escalada, o Cabeça Verde”, relembra.

Quando as aulas terminaram, Alexandre embarcou para a Europa e, empolgado com o novo esporte, comprou todos os equipamentos necessários para a prática segura. Após um ano sem freqüentar montanhas, Diniz decidiu procurar um clube especializado no assunto. Encontrou o Centro Excursionista Brasileiro (CEB) e, em 1996, fez a sua primeira expedição com o grupo: a bela Travessia Petrópolis-Teresópolis. “Gostei tanto, que não parei mais. Durante uns três anos eu saía todo fim de semana para escalar. Mas daí nasceu o meu primeiro filho e tive que parar um pouco”, explica.

Pedro, o primeiro filho de Alexandre, hoje tem oito anos e pode se sentir um pouco responsável pelo festival que o pai organiza. Afinal, Diniz passou a ajudar na organização da abertura da temporada de montanhismo feita pela Federação de Esportes de Montanhas do Estado do Rio de Janeiro (Femerj), em 2000, um ano após se formar em Administração de Empresas. “Juntei duas paixões: o esporte e a parte de eventos, já que minha monografia de conclusão de curso foi sobre Marketing Cultural”, diz. Mas não parou por aí. Além disso, foi o primeiro diretor de competições do órgão, desenvolveu o ranking nacional e integrou, até 2004, a diretoria do CEB.

A origem do festival
Ainda em 2000, o braço do Banff Mountain Festival no Chile (primeiro país sul-americano a receber a World Tour) entrou em contato com a federação fluminense para saber do interesse do estado em sediar o evento. O indicado para a tarefa, claro, foi Alexandre Diniz, que abria na época a 9d Produções. No ano seguinte, em parceria com a sócia Larissa Cunha, era lançada a primeira edição do festival em terras cariocas, ainda no Centro Cultural dos Correios. Na época, 380 espectadores acompanharam as duas sessões, com uma hora cada. “Gosto de esporte, de natureza e de cultura. É uma equação perfeita e nunca vou largar”, diz o mentor do projeto.

A partir de 2002, o encontro começou a crescer e se consolidar no calendário dos esportes de aventura do país. E parece que os brasileiros gostaram da idéia e começaram a batalhar pelas suas próprias produções. Se no primeiro ano não havia sequer um filme nacional inscrito, a oitava edição, que aconteceu entre os últimos dias 22 e 25 de outubro, teve 40. “O Canadá prepara um lote com 30 a 40 filmes e envia para a World Tour. O organizador de cada lugar escolhe os que acha ideal. Por exemplo, no Chile, há mais esqui nas telas. Aqui, opto por escaladas, mountain bike. Em 2008, fizemos oito sessões em quatro dias, e exibimos 37 filmes, 16 deles brasileiros”, afirma Alexandre.

O presidente do Instituto Estadual de Florestas do Rio de Janeiro, André Ilha, é montanhista há 35 anos e um dos grandes entusiastas da mostra. “Fui a todas as sessões de todas as edições até hoje. Passam filmes muito empolgantes, com diversos esportes, como caiaque e basejump. Não apenas de escalada. O evento já está consolidado na cultura do montanhismo carioca e faço votos para que ele não termine nunca”, garante.

No que depender de Diniz e Larissa, André pode ficar tranqüilo. Apesar de contarem com um único patrocinador, a Equinox, empresa de equipamentos esportivos, garantem que o encontro anual continua. “E quero trazer novidades. Esse ano fizemos uma exposição do fotógrafo Sobral Pinto e lançamentos de livros. Mas quero também fazer oficinas de vídeo da natureza, apresentar esculturas”, garante Alexandre, que tem mais uma filha, Luana, de quatro anos, e é casado com a advogada ambiental Daniela.

O lado ambiental
Bióloga de formação e aluna do doutorado em Ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Larissa Cunha é o lado ambiental do festival. E ressalta como o tema tem viés fundamental na escolha das projeções. “Temos muito cuidado na seleção para não mostrar exemplos ruins. Já houve filmes de pessoas fazendo mountain bike em unidades de conservação, o que é proibido. Temos o cuidado de não passá-los. Além disso, é muito importante divulgar atividades que são feitas na natureza, e como é bom cuidar dela para voltar depois. Quem não tem esse hábito descobre que há muito a fazer”, diz.

Larissa conheceu Alexandre em um curso de formação de guias promovido pelo Centro Excursionista Brasileiro, na década de 1990. Nele, aprendeu técnicas de resgate, primeiros socorros e a se orientar em uma trilha conhecida apenas através de relatos de outros aventureiros. Mas, assim como o sócio, faz tempo que não pode ir para o mato: seu filho acabou de completar um ano, e ainda exige cuidados especiais.

Diniz é apaixonado por natureza desde pequeno, quando seus pais o levavam para acampar. Mas a presença de Larissa em sua equipe certamente contribuiu para o maior apelo ecológico do festival, apesar de este não ser o foco principal. “Não é a meta, mas todos os anos há um ou mais filmes com mensagens fortes nesse sentido. Na edição de 2008, por exemplo, tivemos um filme de denúncia do estrago causado pelas mineradoras em Minas Gerais. Quase não falava de esportes”, afirma André Ilha. O filme a que ele se refere chama-se Conceição.

Filme "Conceição: Guarde nos olhos", vencedor do Prêmio de Melhor Filme do Festival de Filmes de Montanha em 2008 – Eleito pelo Júri Oficial.

(Por Felipe Lobo, OEco, 12/11/2008)


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