Eles entregaram estudo à Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Objetivo é ajudar no projeto Um Bilhão de Árvores para a Amazônia.
Recuperar áreas degradadas na Amazônia não significa perder um pedaço de um terreno que gera renda. Segundo estudo entregue por pesquisadores do Pará à Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do estado, é possível utilizar áreas em que é obrigatória a manutenção da mata para o plantio de espécies nativas que podem gerar lucro.
Hoje, na Amazônia, apenas uma área de 20% das propriedades rurais pode ser desmatada. O restante deveria permanecer em pé, mas não é o que está ocorrendo. “Isso não foi obedecido. Há um passivo muito grande”, informa Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi e uma das responsáveis pelo estudo.
Para tentar recuperar as áreas que foram desmatadas além do limite legal, o governo do Pará lançou um programa chamado Um Bilhão de Árvores para a Amazônia. O objetivo é plantar esse número de árvores até 2013, recuperando cerca de 10 mil quilômetros quadrados de florestas – área equivalente à metade do estado do Sergipe.
O estudo lançado veio para ajudar o estado a definir quais são as espécies, os locais e a melhor forma de colocar o plano em prática. “Vai ter que ser uma restauração lenta, gradual, utilizando predominantemente espécies nativas”, explica Vieira.
Uma das soluções apontadas pelos pesquisadores para gerar renda a partir da reserva legal (a área de 80% do terreno onde a floresta deve ser mantida) é o plantio de árvores nativas comerciais, como a pupunha e o açaí. Outra idéia reflorestar com espécies da região, intercalando o plantio com plantas exóticas, utilizando técnica conhecida como “consórcio de culturas”.
Entregue nesta segunda-feira (10) ao chefe da Sema, Valmir Ortega, o documento foi elaborado em conjunto pelo Museu Goeldi, Embrapa, Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
(Por Iberê Thenório, Globo Amazônia, G1, 11/11/2008)