Mesmo com a moratória à caça comercial de baleias em vigor, o governo japonês insiste em enviar sua frota para o Santuário de Baleias no Oceano Antártico. A cada estação, a frota promove mais uma matança desnecessária.
Este ano estamos focando nossos esforços para salvar baleias onde o governo japonês mais teme: no Japão. Em 10 de dezembro, o mundo celebrará os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e vamos promover na data uma mobilização em massa. Nosso objetivo é que os participantes possam se declarar cúmplices no crime de criticar a caça às baleias, expondo a prisão de Junichi Sato e Toru Suzuki como um ato de repressão política por parte do governo japonês.
Se o governo japonês processar injustamente os dois ativistas por exporem o escândalo e a corrupção da indústria baleeira, também terão que encarar todos que desejam o fim da caça. Clique aqui e junte-se à luta para impedir a caça de baleias agora.
Mentiras e corrupção
Em maio de 2008 dois ativistas do Greenpeace foram presos no Japão depois de denunciarem um grande esquema de venda ilegal de carne de baleia envolvendo o programa de caça científica do governo. A investigação de quatro meses promovida pelo Greenpeace revelou evidências de que a tripulação do Nisshin Maru contrabandeia caixas com carne de baleia, disfarçadas de 'bagagem pessoal', e as repassa para comerciantes, que as vendem ilegalmente no mercado japonês. Agora, os dois ativistas estão sendo acusados e serão levados a julgamento, podendo pegar até 10 anos de prisão, por expor um escândalo.
Essas prisões foram politicamente motivadas, uma vez que às críticas à caça não têm passado despercebidas. Nos últimos meses, mais de 250 mil pessoas pediram ao Japão que as acusações fossem retiradas e os ativistas fossem libertados.
Fim da caça
Por nove anos nós navegamos até Santuário de Baleias do Atlântico Sul, em defesa das baleias. Em 2006, um arpão atingiu três de nossos ativistas e uma corrente jogou um de nossos tripulantes nas geladas águas da Antártica. Por duas vezes os baleeiros colidiram com nossos navios, atingiram um de nossos ativistas com uma barra de metal e utilizaram jatos de água de alta pressão contra nós. Nesse período, 82 baleias foram salvas. Em 2007, a estação de caça foi abortada devido a um incêndio dentro do Nisshin Maru, e nós providenciamos o socorro emergencial aos baleeiros, Em 2008 os baleeiros fugiram do Esperanza por 14 dias consecutivos, o que poupou a vida de mais de 100 baleias.
Agora estamos lutando mais do que nunca para acabar com a caça. Como resultado direto de nosso trabalho no Japão, a caça está sob crescente avaliação da mídia japonesa. Os esforços diplomáticos da Austrália e dos Estados Unidos tornaram o tema uma novo problema para o departamento japonês de Relações Exteriores e para o primeiro ministro. As nações conservacionistas precisam mais do que nunca colocar o dedo na ferida japonesa, para que essa matança absurda não aconteça mais.
Recentemente os baleeiros sofreram uma grande derrota com a retirada da bandeira do cargueiro panamenho Oriental Bluebird, resultado do nosso trabalho junto ao Panamá. O Japão precisa deste navio para transportar a carga com carne de baleia até a terra. De acordo com as leis internacionais, o navio não poderia ir ao Oceano Antártico e nenhuma outra nação poderia repatriá-lo. Se o Japão não tiver um navio substituto, o número de baleias a serem mortas certamente cairá pela metade.
(Greenpeace, 11/11/2008)