(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
reservas brasileiras de petróleo
2008-11-11

No próximo dia 19 de novembro, o presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, deputado Alceu Moreira (PMDB), lidera uma comitiva, composta por representantes do Legislativo, dos tribunais de Justiça e de Contas do Estado, da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) e das associações Rio-grandense de Imprensa (ARI) e dos Engenheiros da Peteobras (AEPET), que irá a Brasília tratar com a bancada gaúcha no Congresso Nacional sobre o futuro da exploração petrolífera da camada pré-sal no litoral brasileiro.
 
Moreira pretende, ainda, se reunir com os presidentes dos tribunais superiores e agendar audiência com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os chefes dos Três Poderes dos estados de Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Nesta terça-feira (11/11), durante a reunião de líderes, o presidente da AL colherá a assinatura dos 54 parlamentares na carta aberta a ser encaminhada ao presidente Luís Inácio Lula da Silva.
 
De acordo com Moreira, o objetivo é repercutir em âmbito nacional um movimento que está nascendo no Rio Grande do Sul, mas que interessa ao país, sobre a descoberta de uma jazida de petróleo que se encontra em camada de sal, com 800 quilômetros de extensão entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina e a cerca de três mil metros de profundidade. Com a descoberta, o Brasil pode passar a ter uma das dez maiores reservas de óleo e gás do mundo.
 
O Brasil, no entanto, está impedido de explorar totalmente a jazida encontrada no pré-sal, devido à  Lei nº 9478 que determina,  em seu art. 5º, que qualquer empresa constituída sob as leis brasileiras pode explorar o petróleo. Já no art.26 determina que o concessionário terá a propriedade do petróleo ou gás produzidos, ou seja, poderá dispor deles como quiser.
 
Para o representante da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Raul Tadeu Bergmann, atualmente, existem no mundo dois fatores conflitantes: a aceleração do consumo mundial de petróleo e a queda, prevista para curto prazo, da produção de petróleo no mundo. Segundo ele, esses dois fatores estão elevando o preço do petróleo a custos  inimagináveis, e as grandes potências, que não têm reservas próprias para atender suas necessidades, partem para ações agressivas, a fim de garantir os abastecimentos de petróleo ou gás. “No Brasil, confirmada a expectativa da Província Petrolífera do Pré-Sal, estaremos em situação privilegiada: as dimensões descortinadas pela Petrobrás, de 800 km x 200 km, indicam a possibilidade de reservas da ordem de 80 bilhões de barris, que a um preço de US$ 120,00/barril, atinge astronômica cifra de aproximadamente US$ 10 trilhões. Esta quantia viria resolver muitos dos problemas que ora afligem o país”, destacou Bergamann.

Neste cenário, a descoberta do Pré-Sal deixa o Brasil numa posição um pouco mais confortável economicamente, mas suscetível à pressão política que deve ser exercida pelos Estados Unidos que lidera o consumo mundial e de empresas brasileiras e estrangeiras, chamadas pela Petrobrás de irmãs, que disputam o mercado com cerca de 3% das reservas mundiais.
 
O que é o Pré-Sal

A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo.

Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi, o principal. Há também os nomeados Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara, entre outros.
 
Um comunicado, em novembro do ano passado, de que Tupi tem reservas gigantes, fez com que os olhos do mundo se voltassem para o Brasil e ampliassem o debate acerca da camada pré-sal. À época do anúncio, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,  chegou a dizer que o Brasil tem condições de se tornar exportador de petróleo com esse óleo.

Tupi tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.
 
Neste ano, as ações da estatal tiveram forte oscilação depois que a empresa britânica BG Group (parceira do Brasil em Tupi, com 25%) divulgou nota estimando uma capacidade entre 12 bilhões e 30 bilhões de barris de petróleo equivalente em Tupi. A portuguesa Galp (10% do projeto) confirmou o número.

Para termos de comparação, as reservas provadas de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil ficaram em 13,920 bilhões (barris de óleo equivalente) em 2007, segundo o critério adotado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ou seja, se a nova estimativa estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume de óleo e gás que poderá ser extraído do subsolo brasileiro.

Estimativas apontam que a camada, no total, pode abrigar algo próximo de 100 bilhões de boe (barris de óleo equivalente) em reservas, o que colocaria o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo.

Leia na íntegra a Carta Aberta ao presidente Lula

"A competência do trabalho de prospecção realizado pela Petrobrás recolocou o Brasil diante de seu destino, ao tornar acessíveis informações e recursos extraordinários. Em fins de 2007, o país descobriu que a natureza lhe reservara, abaixo da camada de sal, na região oceânica situada entre o norte de Santa Catarina e o centro do Espírito Santo, um tesouro energético equivalente a cerca de 50 bilhões de barris de petróleo, o que corresponde a 400% de todo o petróleo já encontrado em nosso país.
 
Essa riqueza potencial, concentrada em uma área de 800 km de extensão por 200 km de largura, traz consigo promessas e riscos, por suas gigantescas implicações econômicas, sociais, políticas e geopolíticas. A notícia abala o equilíbrio de poder mundial, redefine a correlação de forças no campo do controle de recursos estratégicos, muda as perspectivas históricas relativas às economias emergentes, altera a inserção internacional do Brasil, redesenha a cartografia do bloco dos países exportadores de petróleo e interfere nas expectativas quanto a modelos de crescimento e produção industrial, ao ampliar os limites da energia oriunda de fontes não renováveis.
 
A crise financeira internacional, apesar de restringir a disponibilidade de capital para investimentos na exploração das novas reservas, torna-as ainda mais importantes e estratégicas, na exata medida em que a economia real reconquista primazia, ante o colapso do mundo virtual do mercado financeiro desregulado.
 
Nesse contexto, alcançam relevância histórica as decisões sobre um conjunto de desafios críticos: que posição adotar relativamente ao decreto 2.705/98, que regulamentou a Lei do Petróleo? Como garantir com mais segurança e inteligência a soberania nacional sobre recursos tão cobiçados? Como explorar as novas riquezas com mais eficiência? Quais devem ser as destinações prioritárias dos recursos?
 
Considerando-se todos esses pontos, a sociedade civil brasileira aguarda do governo federal, o ensejo de um diálogo amplo, franco, aberto, transparente, que envolva os mais diferentes setores de opinião e conceda aos interlocutores a oportunidade de apresentar ao país suas propostas. As decisões governamentais sobre o tratamento a ser conferido às novas reservas de petróleo abaixo da plataforma de sal exercerão impacto sobre o futuro do país, nos próximos cinqüenta anos, e marcarão sucessivas gerações de brasileiros. Não é desejável que elas sejam tomadas em gabinetes fechados, discricionariamente, confinadas à confraria de assessores, segundo inspirações conjunturais. Tampouco é razoável postergar esse processo de consultas amplas e debate democrático, quando se sabe que a omissão, nesse caso, pode produzir conseqüências negativas.

Portanto, dirigimo-nos ao Exmo. Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, apelando a seu civismo e a seu espírito democrático, para reivindicar mudanças profundas nos métodos de abordagem do problema.
 
O pré-sal é importante demais para ser objeto de tratamento tecnocrático; é importante o suficiente para mobilizar a sociedade civil e ativar o sentimento nacional de urgência e participação. Sem apelo à informação especializada e técnica não haverá encaminhamento consistente, soberano, seguro e adequado. Por outro lado, sem que se reconheça a dimensão eminentemente política e pública da matéria, e sem que se mapeiem, com precisão e lucidez, os interesses subjacentes aos distintos modelos propostos para o tratamento das questões pertinentes, faltarão às decisões legitimidade e compromisso com os interesses nacionais.
 
É com este espírito prospectivo que a Sociedade Civil Riograndense, por suas legítimas representações, quer se inserir na discussão deste importante tema, ombreando com Vossa Excelência a responsabilidade de encontrar os caminhos que levem o nosso País ao encontro de seu promissor destino."
 
(Por Roberta Amaral, Agência de Notícias AL-RS, 10/11/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -