O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) renovou, na sexta-feira (07/11), suas críticas à demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, numa região de fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana, que ele considera ser alvo de grande cobiça estrangeira, com potencial para trazer dificuldades para a defesa e a soberania do território brasileiro.
- Agora estamos diante de um fato concreto: a Polícia Federal prendeu dois cidadãos norte-americanos dentro da reserva, sem autorização das autoridades brasileiras, que é pré-requisito obrigatório para entrar na reserva. Afirmo mais uma vez que demarcar essa reserva numa região sensível de soberania e potencialmente rica em minérios foi um ato inconseqüente e insano do governo federal que o Supremo Tribunal Federal [STF] precisa rever - afirmou.
Mozarildo relatou que os dois norte-americanos que foram presos entraram na região através da Guiana e chegaram ao Brasil com vistos de turista com prazo de 15 dias. Um deles trabalha numa empresa de produção de petróleo e o outro é da área de Relações Internacionais. Eles estavam transitando livremente na reserva, sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), segundo o parlamentar.
O senador afirmou que os norte-americanos explicaram, na Polícia Federal, que "estavam evangelizando os indígenas". Mas o superintendente da PF e Roraima, José Maria Fonseca, disse que o comportamento dos dois e os equipamentos que portavam (celulares, máquinas fotográficas, telefone via satélite Global Star e GPS) pareciam indicar outra finalidade, relatou Mozarildo.
Segundo o senador por Roraima, os dois norte-americanos disseram fazer parte da Meva (Missão Evangélica da Amazônia), mas o presidente da organização, Milton Camargo César Sobrinho, negou qualquer ligação com eles.
(Agência Senado, 07/11/2008)