Um rápido levantamento da nova lista vermelha da União para Conversação da Natureza (cuja sigla em inglês é IUCN) sobre alguns dos principais animais que habitam as região polares não é muito animador. A lista foi divulgada nesse semestre e foi disponibilizada pela internet em outubro.
Apenas entre os pingüins, 11 das 17 espécies apresentam declínio da população. Lembrando que existe uma única espécie de pingüim que não vive nas regiões antárticas. Entre as espécies em declínio, está o pingüim de Magalhães, cuja o número de visitantes às terras brasileiras foi muito grande, mais do que o normal neste ano. O relatório ainda não contempla as interpretações e conseqüências desse fato recente, mas indica que alguns fatores ameaçam a espécie como a exploração petrolífera e a diminuição de sua alimentação por causa da pescaria nas regiões onde circula.
Indo para outras áreas polares, é possível verificar que quatro das setes espécies de focas também estão vendo sua população diminuir, sendo que três estão fortemente ameaçadas de extinção (nos termos da IUCN, enderaged).
O urso polar, símbolo da vida selvagem no Ártico, também apresentou um declínio. Nos últimos anos, houve muita mudança no seu habitat, o que fez sua população declinar entre 30% e 50%, segunda as estimativas. A grande incógnita é o que acontecerá nos próximos anos, já que o Ártico está passando por um período que alguns cientistas chamam de “ponto de desequilíbrio”, quando há a ameaça de destruição irreversível de um habitat.
Apesar do relatório apontar que cerca de 5% das espécies animais apresentaram um crescimento populacional. Isso não se reflete em nenhuma das espécies polares pesquisadas no site da IUCN pelo blog. Nossa pesquisa incluiu cerca de 50 espécies. Aliás, todas estão no limite considerado ameaçados, em menor ou maior grau, mas todas ameaçadas.
(Por Luís Indriunas, Blog HSW, 08/11/2008)