(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
não-proliferação nuclear política ambiental dos eua
2008-11-10

O sueco Hans Blix, ex-diretor da AIEA e ex-inspetor de armas da ONU, vê na eleição de Obama uma grande chance para a política mundial e espera que o novo presidente inicie um processo de desarmamento nuclear no mundo. O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Hans Blix avaliou, em entrevista à DW-WORLD.DE, que os Estados Unidos retrocederam nas suas relações com a Rússia durante o governo George W. Bush.

"A Rússia se sente humilhada pelos EUA. Por esse motivo, Medvedev não congratulou Obama pela eleição e posicionou mísseis na direção da Europa", afirmou Blix. Nesta sexta-feira (07/11), a Rússia divulgou que recebeu, dos Estados Unidos, novas propostas de negociação sobre o polêmico sistema antimísseis que os americanos pretendem instalar na Polônia e na República Tcheca.

Entre outros pontos, a proposta incluiria a possibilidade de os russos inspecionarem o sistema. O Kremlin disse que vai avaliar o documento.

DW-WORLD.DE: Qual o significado da eleição de Obama para a política mundial?
Hans Blix -
Eu acho que, politicamente, a eleição significa um alívio imenso para o mundo. Nós tivemos que suportar uma política puramente militarista e por vezes quase extremista do governo Bush. Ele tinha o hábito de dar ordens às pessoas em vez de conversar com elas. Obama já deu um sinal. Ele quer se reunir e conversar com os chefes de Estado e governo deste mundo. Ele quer realmente negociar. Muitos o acusaram de ingenuidade. Mas vejo isso como uma grande oportunidade, principalmente para países como o Irã. Se isso vai trazer alguma coisa, é claro que ainda não se sabe.

O que o senhor acha?
Blix -
Temos que necessariamente tentar. Está mais do que na hora, nós já perdemos tantos anos. Conversar com um opositor não significa curvar-se a ele. Significa somente conhecer melhor a posição do oponente. Em breve acontecerão eleições no Irã, algumas coisas podem mudar por lá.

E o Iraque? Obama criticou a guerra no Iraque como o pior erro que Bush poderia ter cometido...
Blix -
E Obama está coberto de razão. Essa guerra não pode ser justificada de nenhuma forma. Bush usou três argumentos para essa guerra. O primeiro foi que a Al Qaeda estaria no Iraque. A organização não estava lá. O segundo foi que o Iraque possuía armas de destruição em massa. Não foi encontrada nenhuma. O terceiro foi a intenção de Bush de democratizar o Iraque. E também isso falhou. Agora, no final de seu mandato, Bush desistiu e concordou até com a exigência de Obama: as tropas norte-americanas serão retiradas. McCain tinha anunciado que deixaria as tropas por cem anos no Iraque se necessário.

Obama quer "retirar as tropas de forma responsável", como ele afirma. O Iraque não irá mergulhar no caos quando os soldados deixarem o país?
Blix -
A maioria do povo iraquiano quer que os EUA se retirem, mesmo que depois o país fique entregue ao seu destino. O importante é uma cooperação mais forte com os outros países da região do Golfo. Eles poderiam ajudar o Iraque a se estabilizar. Essa é a grande esperança que tenho em relação à região.

Como o senhor vê o comportamento da Rússia após a eleição de Barack Obama?
Blix -
A Rússia se sente humilhada pelos EUA. Por esse motivo, Medvedev não congratulou Obama pela eleição e posicionou mísseis na direção da Europa. A Rússia quer ser levada a sério de qualquer maneira. Infelizmente, devido à era Bush, retrocedemos nas relações com a Rússia, como se a Guerra Fria não tivesse acabado. As relações entre a Rússia e os EUA nunca foram fáceis, mas durante o governo Bush elas pioraram de forma dramática. O sistema de escudo antimísseis trouxe danos às relações entre os dois países, que quase foram cortadas devido às negociações de adesão da Geórgia e da Ucrânia com a Otan. Foi simplesmente demais para os russos. Eu aposto agora num forte diálogo de Obama com a Rússia. Espero que ele tente entender a posição dos russos. Eles não se sentem levados a sério pelos EUA. Depois da crise da Geórgia, quase todas as nações criticaram veementemente a Rússia. Mas, na verdade, foram os georgianos que atacaram. Os russos têm algumas razões para se sentirem ofendidos.

Obama terá a chance de negociar de forma mais habilidosa e, sobretudo, mais pacífica pelo mundo?
Blix -
O que mais me dá esperança em Obama é o fato de ele exigir o desarmamento nuclear mundial. A Guerra Fria já acabou e não precisamos – por nenhuma razão neste mundo – de armas nucleares. É claro que é utópico achar que todas as bombas atômicas serão imediatamente destruídas. Mas, os primeiros passos nessa direção devem ser tomados. É uma posição que Obama apóia bastante. Ele quer reduzir a produção de mísseis, o que me dá muita esperança. E, assim, os Estados Unidos poderiam economizar muito dinheiro. O mundo gasta anualmente 1,3 trilhão de euros em fins militares. A metade deste valor, ou seja, 700 bilhões de euros, são gastos pelos EUA. Obama e seu governo poderiam certamente usar melhor boa parte desta quantia em outros projetos.

(Por Anna Kuhn-Osius, Deutsche Welle, 08/11/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -