Lixo caiu no manancial depois de um deslizamento de terra
O Rio Itajaí Mirim, em Botuverá, no Vale do Itajaí, está sob ameaça. Garrafas pet, tubos, latas, sacolas e entulhos foram parar na margem do rio, no Centro, após um deslizamento de terra provocado pela chuva dos últimos dias. Os resíduos estavam numa espécie de depósito a céu aberto, no pátio da prefeitura, há poucos metros da água.
O local é usado pelo servidor público José Abraão Bonicosk, 66 anos. Ele recolhe, separa e vende materiais recicláveis para aumentar a renda em até R$ 300.
No espaço, de cerca de 50 metros quadrados, há caixas de papelão, plástico e também podem ser vistos latas e restos de comida.
Funcionário da Secretaria de Obras há 24 anos, Bonicosk contou que usa as dependências da prefeitura há 23 anos.
- Eu uso a área, mas a comunidade também joga lixo aqui. As pessoas trazem até barro e nós vamos fazendo um aterro - defende-se Bonicosk.
Materiais devem ser retirados quando o tempo permitir
O chefe de gabinete da prefeitura de Botuverá, Francisco José Schaadt, reconheceu que a área não pode ser usada como depósito de lixo, mas argumentou que a ação foi permitida porque o lixo chega ao local previamente selecionado.
- É uma questão social. Autorizamos porque o funcionário é carente. Vamos limpar os estragos causados pela chuva e proibiremos o uso do espaço para esse fim - argumentou Schaadt.
O assessor de Planejamento da Secretaria de Obras, Lindonor Rescaroli, garantiu que assim que o clima ficar estável, os materiais serão retirados do rio. Cerca de 10 servidores devem fazer o trabalho, que precisará do auxílio de máquinas. O lixo será levado para o Aterro Sanitário de Brusque.
A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) vai vistoriar o local para depois se pronunciar sobre o caso.
( andrea.artigas@santa.com.br )
(Por ANDRÉA ARTIGAS, Diário Catarinense, 09/11/2008)