Ao apresentar plano antidesmatamento, governo prometeu adotar metas
Metodologia para medir emissões deve ser criada com o Greenpeace
Amazonas pretende ser o primeiro estado brasileiro a adotar metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, segundo compromisso assumido pelo governo estadual nesta sexta-feira (7) no encerramento da I Conferência Latino-Americana de Mudanças Climáticas, em Manaus.
“Na conferência houve uma demanda no sentido de que o estado estabeleça metas de redução, então, até maio de 2009, vai ser criada uma metodologia para mensurar essa diminuição”, diz a secretária Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nadia Ferreira. Segundo ela, o estado trabalhará junto com o Greenpeace para criar a metodologia. “Esperamos que, com isso, o Brasil todo possa adotar metas”, completa.
A previsão para a redução no estado é positiva, de acordo com Nadia Ferreira. Com a conclusão do gasoduto Coari-Manaus, de 670 quilômetros de extensão, prevista para setembro de 2009, a capital amazonense deve emitir até 30% menos gases do efeito estufa, graças à troca do diesel pelo gás natural como matriz energética.
A ausência de prazos claros de diminuição de emissões é a principal crítica que vem sendo feita por organizações não-governamentais ao projeto do Plano Nacional de Mudança Climática apresentado pelo governo federal em 25 de setembro.
No evento em Manaus, o governo amazonense apresentou seu plano de Plano Estadual de Combate ao Desmatamento, exigência do governo federal a todos os estados da região. O principal foco de preocupação é o sul-sudeste do estado, mais exposto a vetores de desmatamento, como a fronteira agrícola e a exploração madeireira.
Descentralização
De acordo com a secretária de Meio Ambiente, uma das principais frentes do plano é o avanço na descentralização do controle ambiental, por meio do apoio às secretarias municipais. “Queremos apoiar a criação de conselhos e fundos de meio ambiente nos municípios”, explica. Também é prevista a criação de “escritórios multifuncionais” do governo estadual no interior, que permitiriam em um só local o atendimento para demandas ambientais, fundiárias e agrícolas. “Seria um pronto-atendimento ambiental com assistência agrícola, para fomentar as atividades produtivas”, afirma Nadia.
Para implementar as ações do plano, o comitê de elaboração do documento calcula que será necessário um valor de R$ 208 milhões num período de quatro anos. As propostas estão subdivididas em 11 programas. A partir de 10 de novembro o plano ficará aberto à consulta pública
(Por Dennis Barbosa, Globo Amazônia, G1, 07/11/2008)