Mogi das Cruzes, conhecida como Cinturão Verde do Estado de São Paulo, não quer receber 1.049 toneladas de lixo por dia, produzido em 42 cidades do Alto Tietê e da Grande São Paulo. Esta possibilidade existe porque a Secretaria de Meio Ambiente do Estado desarquivou o projeto de licenciamento requerido pela empresa Queiroz Galvão para exploração do aterro em Mogi.
Para combater a instalação de um lixão no distrito de Taboão, em Mogi das Cruzes, a Frente Parlamentar Contra a Implantação do Aterro Sanitário Regional, coordenada pelo 2º vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Luiz Carlos Gondim (PPS), vai promover, em Mogi das Cruzes, nesta sexta-feira (07/11), às 18h, uma audiência pública para mobilizar a comunidade contra a instalação do aterro. "No dia 22/10 terminaria o prazo para manifestações da Queiroz Galvão. Mas como a Secretaria do Meio Ambiente prorrogou o prazo por mais 60 dias, a empreiteira tem até 16/11 para complementar o EIA-Rima que tinha sido arquivado em 2007", explicou Gondim.
Além dos 11 deputados que fazem parte da frente parlamentar, todos os prefeitos do Alto Tietê e do Vale do Paraíba e 14 associações culturais e agrícolas deverão participar da audiência. Entidades do Alto Tietê estão percorrendo bairros de Mogi para colher assinaturas de moradores contra a instalação do aterro. O documento será apresentado ao público na audiência e encaminhado ao governador José Serra demonstrando a insatisfação dos moradores diante da possibilidade de o município abrigar um lixão.
Abaixo-assinado
Entidades do Alto Tietê estão percorrendo bairros de Mogi para colher assinaturas de moradores contra a instalação do aterro. O documento será apresentado ao público na audiência e encaminhado ao governador José Serra (PSDB) demonstrando a insatisfação dos moradores diante da possibilidade de o município abrigar um lixão.
Aterro compromete área de manancial e indústrias
Se o projeto do aterro for levado adiante, o desenvolvimento econômico e o meio ambiente estarão comprometidos. "Taboão tem 34 indústrias instaladas ou em instalação, que geram 3.850 empregos e recolhem R$ 37,8 milhões de ICMS ao ano. E a proximidade com o lixão poderá afetar o desenvolvimento industrial, assim como colocará em risco a região que é rica em mananciais e tem ainda os afluentes do Rio Paraíba do Sul", afirmou Gondim.
(AL-SP, 06/11/2008)