Segundo a Defesa Civil mais de 25 mil pessoas estavam desalojadasUma forte chuva, acompanhada de vento e granizo, atingiu o Rio Grande do Sul entre o fim da tarde de quarta-feira e a manhã de ontem. Segundo a Defesa Civil do Estado, até as 17h de ontem, mais de 2,5 mil pessoas estavam desalojadas.
Um dos municípios mais atingidos é Lagoão, no Vale do Rio Pardo, onde 70 casas ficaram destelhadas por uma forte chuva de granizo que não durou nem 10 minutos na quarta. A precipitação, por volta das 17h, atingiu o Centro e quatro localidades do Interior: Alto da Serra, Camargo, Pessegueiro e Cerca Velha.
Na agricultura, o fumo foi a cultura mais prejudicada, principalmente em Lagoão, Barros Cassal, Restinga Seca e Santa Cruz do Sul. Até o fim da tarde de ontem, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) já havia recebido mais de 900 comunicados de produtores gaúchos. A expectativa é que esse número ultrapasse as 1,2 mil lavouras no três Estados do Sul.
– Diferente do último granizo, há menos de duas semanas, os produtores, desta vez, tiveram apenas perdas parciais, já que o granizo não foi tão violento. Mas a maioria é irreversível – lamenta o gerente técnico da Afubra, Iraldo Backes.
Segundo ele, os municípios vizinhos a Lagoão são os únicos que podem recuperar-se dos estragos, porque o plantio do tabaco é tardio, feito em outubro. Nesses casos, ainda é possível encontrar mudas para replantar.
Até agora, mais de 25 incidências de granizo e outras intempéries do tempo já atingiram as lavouras de fumo desde o início da safra, em meados de julho. Os estragos provocaram perdas totais a mais de 12,5 mil produtores dos três Estados do Sul.
– O granizo é típico desta época do ano, porque esquenta muito em pouco tempo – explica a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia.
(Por Samia Frantz, ZH, 07/11/2008)