Um estudo sobre os diferentes padrões disponíveis para a verificação de projetos florestais no mercado voluntário de carbono revela diferenças significativas nas ferramentas de avaliação de cada um.
No documento “Padrões Florestais de Carbono 2008”, o pesquisador Eduard Merger, da Universidade de Caterbury, na Nova Zelândia, e da Universidade Albert-Ludwigs da Alemanha, faz uma análise prática dos quatro principais padrões para projetos florestais, com o objetivo de oferecer aos desenvolvedores um quadro amplo com as opções para a verificação dos benefícios e impactos sociais, ambientais e relacionados ao carbono.
Merger alerta aos desenvolvedores de projetos para escolherem atentamente a ferramenta que melhor se encaixe às atividades desenvolvidas. Os programas analisados são AFOLU do Voluntary Carbon Standard (VCS), o Climate, Community and Biodiversity Standard (CCBS), o CarbonFix Standard (CFS) e o Plan Vivo.
Uma das conclusões do relatório é que o Plan Vivo é mais direcionado para projetos de até mil hectares com a comunidade. O VCS, que possui uma abordagem similar às metodologias florestais do MDL, é o padrão com o custo inicial mais elevado, sendo, por isso, mais adequado para projetos de mais de dez mil hectares. Na opinião de Merger, o CFS é talvez o padrão mais aplicável entre os diferentes tipos de projetos florestais.
Os desenvolvedores que desejam demonstrar um nível mais elevado de integridade social e ambiental devem recorrer ao CCB Standard, considerando também àqueles que querem maximizar o valor dos créditos florestais, segundo o estudo. O CCBS não verifica os benefícios de carbono, por isso precisa ser utilizado em combinação com outro padrão de creditação de carbono.
A pesquisa de Merger demonstra que o CCBS e o VCS possuem maior reconhecimento no setor florestal, mas que a maioria dos desenvolvedores ainda não está bem informada sobre eles. Além disso, a pesquisa revela que 84% dos desenvolvedores de projetos florestais já procuraram a verificação de terceiros para os projetos ou estão considerando se candidatar para tal certificação.
Os padrões cobrem as principais atividades florestais, incluindo o manejo sustentável, agroflorestamento e projetos de plantação para a pura conservação. O relatório, publicado pela Carbon Positive, atualiza uma versão já publicada no ano passado, com os mesmos padrões, e inclui uma pesquisa feita com 71 desenvolvedores representando 260 projetos florestais.
Tanto este estudo quanto o de 2007 demonstram que os quatro padrões geralmente tratam de maneiras diferentes pontos elementares sobre a geração dos créditos de carbono florestais e a verificação, adicionalidade, contabilização dos créditos e dos co-benefícios sociais e ambientais, permanência e custos de obtenção da certificação.
Os resultados apóiam o fato de que os padrões se relacionam às diferentes necessidades dos desenvolvedores e compradores, guiando-os em direção ao mais adequado para os projetos e modelos de negócios.
(Carbono Bras
il, Amazonia.org.br, 07/11/2008)