Grupos ambientalistas vêem na vitória de Barack Obama na eleição presidencial norte-anerciana uma chance de desfazer o legado do governo do presidente George W. Bush na questão climática, e uma idéia discutida por eles é a de que a Casa Branca nomeie um "czar climático".
A comunidade ambientalista em Washington e arredores acha que tal funcionário poderia coordenar vários órgãos públicos, como a Agência de Proteção Ambiental e o Departamento do Interior, no sentido de combater o aquecimento global e promover energias "limpas".
"Pela primeira vez, candidatos e eleitores estão realmente ligando os pontos entre energia, meio ambiente e economia", disse Cathy Duvall, diretora de políticas da ONG Sierra Club.
Em entrevista coletiva, ela lembrou que Obama prometeu priorizar investimentos em energias renováveis como forma de estimular a recuperação econômica.
Os ambientalistas dizem que o "czar climático" poderia ser parte de um conselho especial da Casa Branca para energia e meio ambiente, análogo ao Conselho de Segurança Nacional. Esse tipo de organização poderia ser mais eficiente do que foi a Agência de Proteção Ambiental sob o governo Bush, segundo uma fonte.
Em seu discurso da vitória, na terça-feira, Obama deixou claro que considera a mudança climática como um problema grave, junto com as guerras do Iraque e Afeganistão e a situação econômica.
"Por mais que celebremos hoje à noite, sabemos que os desafios trazidos pelo amanhã serão os maiores das nossas vidas --duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século", disse Obama, que vem insistindo na correlação entre economia, energia e clima.
O governo Bush é acusado por ambientalistas de politizar as decisões e de ignorar as recomendações de cientistas do próprio governo a respeito do controle das emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono.
Bush admite que as atividades humanas geram mudança climática, mas rejeita limites compulsórios para as emissões, alegando que isso afetaria a economia norte-americana. Os EUA são o único grande país industrializado que não aderiu ao Protocolo de Kyoto, que exige reduções das emissões nas nações desenvolvidas.
(Por Deborah Zabarenko, Reuters, 06/11/2008)