Reduzir ao mínimo o índice de servidores fumantes é o objetivo principal do Projeto “Ales Livre do Fumo”, que começa nova fase sob a coordenação da Escola do Legislativo da Assembléia do Espírito Santo(EL-AL-ES). Para tanto, haverá reunião para formação da Comissão Executiva, nesta quinta-feira (06/11), às 14h. Servidores interessados em participar do projeto devem fazer contato com os coordenadores da EL.
A Assembléia conta com 1.500 servidores ao todo. Seguindo-se a média nacional, presume-se que 20 por cento, ou 300 servidores, sejam fumantes. O parâmetro mais saudável e mais próximo é o da Prefeitura de Vitória, onde funciona o programa há alguns anos. Lá, a média baixou para menos de 15%. “Queremos também atingir este grau de sucesso”, define a assistente de apoio da Escola, Renata Gorayeb, uma das entusiastas da retomada do projeto na AL-ES.
Pesquisa
Renata Gorayeb deve participar da Comissão Executiva do Projeto, que terá no mínimo três pessoas. Ela anuncia a primeira atitude da Comissão, que ainda nem está formada: um levantamento, junto ao Serviço Médico da Casa, para identificar quantos são os fumantes dentre os servidores do Legislativo.
A assistente lembra que o projeto funcionou de 2003 a 2005 na AL-ES. E, neste período, apresentou resultados que precisam ter continuidade. Renata lembra que desde então aumentou o rigor contra o tabagismo na sociedade brasileira e, em muitos casos, com respaldo legal.
A Lei federal 9294, por exemplo, impede a existência dos chamados “fumódromos”. Ressalta que eles até que podem existir, mas ao ar livre, em áreas abertas. Já existe legislação estadual e até internamente, no Legislativo, como a Portaria 379/2004, que proíbe o fumo em áreas comuns sem ventilação externa.
Sucesso
Para Eliane Moreira, coordenadora do projeto na Prefeitura da capital, “é preciso persistir com o trabalho para alcançar bons resultados. Aqui temos uma incidência de fumantes bem abaixo da média nacional, e que revela uma queda, graças ao trabalho persistente contra o fumo. É sempre bom lembrar que devemos ter uma preocupação não somente com os adultos, mas também para com as crianças. E é bom que fique bem claro que as ações do projeto não são contra pessoas, e sim contra o hábito de fumar”, esclarece.
Tanto na PMV como na Ales a convicção sobre o projeto baseia-se em dados importantes, tais como: 95% dos fumantes que abandonaram o tabagismo o fizeram amparados por campanhas educativas e/ou aconselhamento e intervenções motivacionais por profissionais de saúde; e políticas de restrição de consumo em ambientes de trabalho vêm resultando em taxas de fim do tabagismo da ordem de 10 a 20% em um ano.
Programa
O programa visa, principalmente, mudar o clima de aceitação social do tabagismo em unidades de saúde; conscientizar o profissional de saúde sobre o seu papel como modelo de comportamento; sensibilizar e conscientizar os funcionários e direção das unidades de saúde, uma vez que estas são tidas como vitrines de promoção da saúde; criar ambiente propício para o aconselhamento do paciente fumante pelo profissional de saúde; estimular a população fumante das unidades de saúde a desenvolver uma atitude favorável ao deixar de fumar.
Após a implantação, a Assembléia deverá participar das comemorações nas seguintes datas alusivas: 31 de maio: Dia Mundial Sem Tabaco; 29 de agosto: Dia Nacional de Combate ao Fumo; e 27 de novembro: Dia Nacional de Combate ao Câncer. Para implementar o programa, a Comissão Executiva vai promover debates sobre o tema, distribuindo material educativo e inserindo o tema em eventos científicos ou culturais internos.
Ações
Entre as atribuições da Comissão Executiva do projeto está a realização de reuniões semanais para discussão das etapas de implantação, e elaboração de projeto de implantação para sua unidade de saúde, contendo metas, estratégias, cronograma e distribuição de tarefas. Além disso, realizar levantamento do nome de todos os funcionários da instituição por setor e número de inscrição e pesquisa de avaliação inicial para diagnóstico situacional da instituição, discutir e implementar a intervenção na unidade de saúde, entre outras.
A idéia é convencer os fumantes de que o tabagismo é um importante fator de risco para as duas primeiras causas de mortalidade por doença no País: doenças cardiovasculares: 45% (abaixo de 65 anos); câncer: 30% de todos os tipos de câncer e 90% dos casos de câncer de pulmão.
Vítimas
Além disso, a Comissão vai mostrar que o número de mortes causadas pelo tabagismo supera o total de mortes causadas por Aids, álcool, cocaína, heroína, acidentes de trânsito, incêndios e suicídios. Atualmente, o cigarro mata cerca de três milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e no Brasil são 80 mil mortes anuais.
Também se estima que até o ano 2020 o tabagismo mate cerca de 10 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo que 70% destas mortes ocorrerão em países em desenvolvimento (OMS). Além disso, é fato comprovado que a exposição passiva à fumaça dos derivados do tabaco é fator de risco para o adoecimento e mortes entre não fumantes (50.000 mortes anuais nos EUA).
Os interessados devem procurar a Escola do Legislativo na sala 906, nono andar do Palácio “Domingos Martins”, ou entrar em contato pelos telefones 3382-3821 ou 3382-3819.
(AL-ES, 05/11/2008)