O Ministério Público comprovou a existência de rachaduras e buracos no Aterro Sanitário de Gramacho. Decorrente de um Inquérito Civil Público, inspeção realizada ontem à tarde no terreno, por peritos do Gate (Grupo de Apoio Técnico Especializado) do MP e pelo Titular da 2.ª Promotoria de Tutela Coletiva de Duque de Caxias, Paulo Wunder de Alencar, constatou que a acomodação e a movimentação do lixo são as responsáveis pelas falhas.
Há montanhas de lixo que já atingiram a altura de 55 metros (equivalente a um edifício de 20 andares). Os gases e líquidos provocados pela decomposição do material geram um movimento das camadas sobrepostas e comprometem a operação do aterro, tanto em relação à sua capacidade quanto ao risco ao meio ambiente. A sobrecarga provoca o deslocamento do lixo em direção ao manguezal existente nas proximidades, podendo dali atingir a Baía de Guanabara.
Para Paulo Wunder, a Comlurb deve proibir os grandes produtores de lixo particular, como supermercados e construtoras, de despejarem seus resíduos no Aterro de Gramacho.
O Promotor informou ainda que o MP espera receber, até o fim do mês, dados técnicos da Feema e da Comlurb. A partir daí, ele esclareceu, poderá ser discutida uma solução para o problema. O encerramento das atividades, afirma Wunder, não está entre as alternativas, pois ainda não foi encontrado outro local para a destinação do lixo da Região Metropolitana. A solução deverá passar pela redução do volume de despejos, principalmente com a proibição do depósito de lixo particular.
(
Ascom MP-RJ, 05/11/2008)