O rio apresentou os primeiros sinais de estabilização ao medir, segundo a Delegacia Fluvial de Uruguaiana, 10,60 metros, às 17h30min dessa quarta-feira. O nível subiu apenas 2 centímetros em 12 horas. O calor de 31,7 graus, às 15h, levou crianças a brincar nas águas embarradas do rio. Elas Andaram de bicicleta, nadaram e pescaram – sem saber os riscos de contrair doenças em razão da cheia, que traz animais como cobra e ratos.
A moderada evolução no nível apontava para uma quinta-feira de índices estáveis ou o início do retorno do rio ao leito. Ao todo 234 famílias estão sendo assistidas pela prefeitura. São 714 crianças e 468 adultos. A coordenação municipal da Defesa Civil reforçou a entrega de lonas e material necessário à população ribeirinha. A lona plástica se rasga com facilidade havendo necessidade de reposição. Ainda de acordo com o coordenador das ações, Paulo Woutheres, as equipes mantêm o monitoramento da área. 'Havendo um repique de 10 centímetros, as conseqüências seriam graves, porém o indicativo é de manutenção das medições atuais em razão das águas estarem descendo em toda a linha', explica.
Em São Borja, contrariando as expectativas, o rio baixa em ritmo lento. Ao final da tarde de ontem, as águas ainda estavam 11,30 metros acima do nível normal, conforme a Corsan. Os bombeiros não chegam a caracterizar essa marca como repique na cheia, mas ressaltam que, durante à tarde, o rio baixou somente 5 centímetros no município, mantendo a situação praticamente inalterada. Das famílias atingidas pela enchente, 65 ainda aguardam condições de voltar para casa. No interior do município pelo menos três estradas seguem interditadas.
Depois da enchente, aumentam os riscos de doenças, segundo alerta a diretora de controle epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde, Traudy Figur. Ela chama a atenção especialmente para os riscos acarretados pelo mosquito transmissor da dengue. O comandante da unidade local do Corpo dos Bombeiros, sargento Adilson Araújo, pede cuidados redobrados à população para evitar acidentes em função da enchente. Ele lembra que houve duas mortes por afogamento na semana passada, uma na vila Arneldo Matter e a outra em Sarandi, na zona rural.
(CP, 06/11/2008)