Animais seriam vendidos por R$ 4,00 cada um.
Aves haviam sido capturadas com lanternas e redes.
Uma denúncia anônima levou os fiscais do Ibama do Amapá até um barco de pesca e uma casa que guardavam centenas de aves silvestres abatidas no último final de semana. A embarcação estava ancorada no porto da cidade de Amapá, a 300 km da capital, e levava os animais acondicionados em caixas de isopor. Na casa, próxima ao ancoradouro, os fiscais encontraram animais na mesma situação.
No total, foram confiscados 527 marrecas e 19 patos-do-mato. “Foi a maior apreensão que já fizemos.”, relata Zelito Amanajás, chefe do escritório regional do Ibama da cidade de Amapá. “Sabemos que, ao todo, havia cerca de duas mil marrecas, mas quando chegamos eles já haviam levado parte delas”, conta.
Após uma inspeção da vigilância sanitária, as aves foram doadas a comunidades carentes da região. O dono da embarcação e dois ajudantes chegaram a ser presos, mas pagaram fiança e foram liberados. Ele e o responsável pela casa terão que pagar uma multa de R$ 500 por espécie abatida, totalizando R$ 273 mil.
Segundo informações prestadas pelos autuados ao Ibama, as aves haviam sido caçadas em local que fica a cerca de três horas de barco de Amapá, em área próxima a Reserva Biológica do Lago Piratuba.
“Elas são capturadas à noite, com um farol e redes de pesca. As aves, que são novas e ainda não conseguem voar, ficam atrapalhadas com a luz, e eles [os caçadores] pegam cem, duzentas de uma única vez, e vão para um outro ponto. Chegam a pegar mil, mil e quinhentas em um único dia”, explica Zelito. Segundo o servidor do Ibama, as aves são vendidas a moradores da região por cerca de quatro reais.
Se você mora ou viajou para a Amazônia e tem histórias, fotos ou vídeos com flagrantes de desrespeito à floresta, envie para o Globo Amazônia: globoamazonia@globo.com . Não se esqueça de colocar seu nome e telefone.
(Por Iberê Thenório, Globo Amazônia, G1, 04/11/2008)