Na tarde do último dia 31, três servidores do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registraram, na Delegacia Federal de Santarém, a ocorrência de uma troca de tiros, dois dias antes da denúncia. De acordo com os funcionários, a violência aconteceu quando eles fiscalizavam uma área de extração ilegal de madeira localizada na comunidade Água Azul, do município de Rurópolis, oeste do Pará.
De acordo com o agente de fiscalização ambiental, Alessandro Queiroz, a área fiscalizada encontrava-se rodeada por mata primária e cheia de toras de madeira. Ali, também foram encontrados: um acampamento de exploração improvisado e vários objetos abandonados.
"Neste momento, fomos surpreendidos com disparos de armamento pesado, que acreditamos ser de uma cartucheira calibre 12", disse Queiroz.
Somente com o apoio da polícia militar, foi possível que os servidores saíssem ilesos dessa situação. No entanto, ainda conforme a denúncia, a única rota de saída do local foi obstruída por várias toras de madeira, colocadas propositadamente ao longo do ramal.
"As pessoas que atiraram em nós promoveram a obstrução do canal, possivelmente objetivando 'tocaiar' os agentes para que fossem obrigados a descer das viaturas para desobstruir a passagem", supõe Queiroz. "Mas, os policiais nos deram suporte neste momento", acrescenta o agente.
No acampamento clandestino, que foi inutilizado pela equipe do Ibama e pela Polícia Militar, os fiscais encontraram caixas vazias de munição calibre 12, espoletas, chumbo, pólvora para utilização em cartuchos recarregáveis e, ainda, uma motocicleta abandonada pelos infratores durante a fuga. O material apreendido foi encaminhado ao escritório do Ibama em Itaituba, localizado no oeste do Pará.
(Amazonia.org.br, 05/11/2008)