O ex-economista-chefe do Reino Unido, sir Nicholas Stern, 62, admitiu que manter como limite máximo de concentração de gases-estufa no ar 550 ppm (partes por milhão), como defendia antes, é arriscado. Segundo ele, o ideal seria manter a concentração abaixo de 500 ppm. Hoje, o nível é de 430 ppm.
"Vamos atingir 450 ppm em oito anos", disse ele, em evento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Acima de 500 ppm, o risco de a temperatura subir 5ºC é alto.
Ele disse que o investimento para estabilizar as emissões seria como pagar uma apólice de seguro para evitar um "desfecho catastrófico". Para Stern, com o avanço da ciência é possível manter entre 450 ppm e 500 ppm.
O lorde é autor do Relatório Stern, documento que afirma que os gastos anuais de estabilizar a emissão de gases-estufa na atmosfera seriam equivalentes a 1% do PIB mundial até 2050 e que, se nada for feito para conter as emissões, o PIB poderia ser reduzido em até 20%.
Stern avalia que até essa sua projeção estava subestimada e que o prejuízo da inação pode ser ainda maior.
(Folha de S.Paulo, 04/11/2008)