Dois grupos que divergiam sobre o futuro do local, no bairro Auxiliadora, aceitaram transformá-lo em área de lazer
A comunidade está prestes a assinar com a prefeitura o acordo sobre o trecho da Rua Mata Bacelar, entre a Coronel Bordini e a Xavier Ferreira.
Nas últimas semanas, dois grupos que divergiam sobre o futuro do local garantem ter chegado a um consenso: deverá ser transformado em uma área de lazer com segurança reforçada. A discussão começou antes das obras do Conduto Álvaro Chaves-Goethe, quando parte dos moradores e comerciantes reivindicava a abertura de uma rua. Agora, no projeto da praça, está prevista uma guarita funcionando diariamente, das 8h às 20h, e quatro câmeras de monitoramento. A colocação de grades está em estudo.
A inclusão de reforços na segurança foi essencial para que a comunidade se unisse em torno da proposta feita pela Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Auxiliadora (AMA). O presidente da entidade, João Volino Corrêa, comemora o acordo certo de que a vigilância eletrônica intimidará os vândalos. Os custos da guarita e das câmeras serão pagos pela associação, com a ajuda de parceiros.
— O consenso é muito positivo, e o projeto final valorizou a união da comunidade — afirma Corrêa.
Para a psicóloga Rosana Volpato, que tem uma clínica na Rua Xavier Ferreira, só faltava um bom projeto de segurança para que todos entrassem em acordo. Ela liderava o grupo favorável à abertura para a passagem de carros. Mas, como a prefeitura não planeja realizar a obra, concordou com a criação de uma área de lazer.
— Chegamos a um consenso, mediante a preocupação com a segurança — destaca Rosana.
Gestão será compartilhada com grupo Moinhos Vive
Como a área é de responsabilidade do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), a urbanização prevista respeitará os poços de visita do órgão. É o que falta ser feito antes da entrega ao departamento, para liberar a construção e assinar, enfim, a permissão de uso da área — o que havia sido prometido em junho.
O Moinhos Vive apadrinhou o projeto, uma vez que o trecho da Mata Bacelar liga os bairros Moinhos de Vento e Auxiliadora e deve se tornar um ponto de integração entre os dois. Futuramente, as entidades planejam um modelo de gestão compartilhada. Segundo Jairo Luís da Rocha Machado, chefe do Serviço de Administração Patrimonial do Dmae, foram feitas reuniões tentando sensibilizar os grupos sobre um consenso.
A outra opção seria o fechamento do trecho com tapume, o que, garante Machado, seria pior, em virtude dos riscos de acúmulo de lixo ou da permanência de moradores de rua.
— Apoiamos a iniciativa, porque visa à melhoria da convivência da comunidade em um espaço ocioso — afirma.
Conforme ele, quando for recebido o projeto com as alterações necessárias, será formalizada a permissão de uso para AMA e Moinhos Vive. Feito isto, restará a construção da nova área de lazer para a comunidade.
(Por Thaís Sardá, ZH, 04/11/2008)