De acordo com o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a devastação detectada na Amazônia Legal em setembro deste ano atingiu 348 km². Esse total de área devastada significa uma diminuição de 69% do desmatamento em relação ao mesmo mês de 2007, quando o desmatamento atingiu 1.122,5 km².
Diferentemente dos resultados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na semana passada, os dados do Imazon mostram que o estado líder em desmatamento neste mês foi o Pará, com 58%, seguido por Mato Grosso, com 22%. Rondônia e Amazonas contribuíram com 10% e 17% da devastação, respectivamente. Segundo o relatório, "no Acre e no Tocantins o desmatamento foi muito reduzido contribuindo com apenas 3% do total da Amazônia".
O desmatamento ocorreu principalmente no sul e oeste do Pará, em partes isoladas do Mato Grosso, Rondônia e sul do Amazonas. "Do ponto de vista fundiário, a maioria (87%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante do desmatamento ocorreu em Assentamentos de Reforma Agrária (6%), Unidades de Conservação (6%) e em Terras Indígenas apenas 1%", diz o relatório.
O instituto afirma que 14% do território da Amazônia Legal não pôde ser monitorado, devido à presença de nuvens. "Dessa maneira, não foi possível monitorar grande parte de Roraima (59%) e do Amapá (51%), enquanto que no Pará apenas 19% do território estava coberto por nuvens e no Amazonas 12%. Historicamente grande parte dessas áreas cobertas por nuvens tem registrado pouco desmatamento", revela o relatório.
Devastação acumulada
O desflorestamento no período de agosto a setembro deste ano, que corresponde aos dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou, segundo o SAD, 459 km². Esse número, se comparado à mesma época no ano anterior, quando a devastação Somou 1.775 quilômetros quadrados, representa uma redução de 74%.
O Pará lidera o desmatamento com 57% do total registrado no período. Em seguida, aparece o Mato Grosso com 18%, o Amazonas (10%) e Rondônia (8%). Esses quatro Estados contribuíram com 93% do total desmatado no período. Os responsáveis pela diminuição citada acima, de 74%, foi o Mato Grosso, Rondônia e Pará, com uma redução de 89%, 86% e 60%, respectivamente. "Por outro lado, houve aumento na proporção de área desmatadas nos Estados de Roraima (+ 252%) e Acre (+52%)", diz o relatório.
Floresta degradada
O SAD também diagnosticou, pela primeira vez, 345 quilômetros de degradação em área florestal. Do total, 43% ocorreu no Mato Grosso; 40% no Pará; 14% em Rondônia; 2% no Amazonas e no Acre foi menor que 1%. Segundo o relatório do Imazon, "Em geral, são áreas florestais que sofreram exploração madeireira e/ou foram afetadas por fogo florestal de várias intensidades, mas que ainda não são áreas desmatadas".
Dez maiores desmatadores
Cinco municípios paraenses lideram a lista das cidades que mais desmataram a floresta em setembro deste ano. São eles: Cumaru do Norte, São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, e Santa Maria das Barreiras. São Felix do Araguaia (MT), Pimenta Bueno (RO), Manicoré (AM), Porto Velho (RO) e Canabrava do Norte (MT), também são relacionados como os municípios que mais desmataram.
(Amazonia.org, 04/11/2008)