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mamíferos aquáticos amazônia
2008-11-04

O relacionamento mantido entre homens e mamíferos aquáticos e semi-aquáticos é tema de estudo de mais nova pesquisa desenvolvida pela área de Mamíferos Aquáticos do Projeto Piatam (Inteligência Socioambiental Estratégica da Indústria do Petróleo na Amazônia). Seguindo a linha da Etnoecologia e Etnozoologia, a pesquisa “Etnoconhecimento como Parte e Instrumento na Área de Ação do Projeto Piatam” busca saber qual a real concepção dos comunitários sobre esses animais e de que forma eles ocorrem nas comunidades de estudo do Piatam.

“A princípio é feito um levantamento da ocorrência desses animais nas comunidades durante as excursões-padrão do Projeto, explica a pesquisadora Luciana Raffi Menegaldo, que está desenvolvendo a pesquisa como projeto de conclusão de curso. Segundo ela, trabalhar nas comunidades estudadas pelo projeto foi a opção mais viável, uma vez que os comunitários já conhecem os pesquisadores e estão abertos a conversar sobre suas atividades.

Com o objetivo de saber, pelo ponto de vista do comunitário, quais animais estão ocorrendo com freqüência, Menegaldo aplica os questionários às pessoas mais representativas na comunidade. Os dados colhidos por meio dos questionários qualitativos e das entrevistas gravadas são passados para uma tabela. Dessa forma, as informações que não estão nas perguntas do questionário não se perdem, de acordo com a pesquisadora.

“Os moradores entrevistados moram no mínimo há dez anos no local. São selecionados pela representatividade dentro da comunidade e pelo tempo em que moram no local. Como estamos trabalhando com Etnoecologia, acaba-se questionando como era a ocorrência desses animais há dez anos e como estão hoje”, explica Menegaldo.

Segundo a pesquisadora, a visão que os moradores têm do animal depende do tipo de relação que desenvolveram com ele. Se um animal aumentou em determinada região, é importante saber o porquê e como o ribeirinho explica essa informação. Dessa forma, o monitoramento de ocorrência de populações torna-se importante. “Se em determinada área aumentou a quantidade de botos é preciso questionar dos moradores com que freqüência os animais ocorriam há dez anos e se a pesca no local de aparição dos botos também aumentou”, explica.

As informações obtidas por meio dos questionários podem ser trabalhadas em parceria com as áreas de Socioeconomia e Fauna. Por meio dos dados também pode ser avaliada a ocorrência de alguns animais e há a possibilidade de projetos de manejo de espécies dependendo da bagagem sociocultural de cada comunidade.

“Como trabalhamos também com Etnozoologia pode ser que no futuro criemos projetos de ecoturismo em Nossa Senhora das Graças, por exemplo. Lá o comunitário acredita que o boto é mau. Então, seria necessário um trabalho nas comunidades de educação ambiental com as crianças, para que mais tarde possa ser elaborado um plano de ecoturismo nas comunidades”, ressaltou.

Um pouco mais de Etnoecologia

A Etnoecologia tem suas raízes na antropologia, apesar de hoje constituir-se claramente como uma área de confluência entre as ciências biológicas e as ciências humanas. A introdução do termo Etnoecologia na literatura científica está situada no ano de 1954, com a dissertação de Harold Conklin sobre a relação entre uma população das Filipinas com as plantas por ela manejadas. Este estudo contribuiu para uma mudança no foco investigativo da ciência, em direção ao entendimento do ponto de vista nativo ou local.

Essa área da ciência também se dedica ao estudo de uma gama de estudos de história natural derivados de populações locais e incluindo outras áreas de estudo como a Etnobiologia, a Etnobotânica, a Etnoentomologia e a Etnozoologia, mas não se restringindo à história natural. A etnoecologia procura fornecer um entendimento dos sistemas de conhecimento de populações locais investigando os sistemas de percepção e uso do ambiente natural, sem, no entanto ignorar os aspectos históricos e políticos que influenciam uma dada cultura.

O amadurecimento da Etnoecologia durante os anos 80 traz algumas contribuições importantes para as questões que envolvem populações locais e recursos naturais. Primeiro, um arcabouço teórico e metodológico para compreender sistemas de percepção, cognição e classificação do ambiente natural por sociedades locais ou tradicionais. Segundo, o estabelecimento de uma ligação direta entre o conhecimento construído localmente e o conhecimento acadêmico-científico. Terceiro, a possibilidade de resgatar e valorizar um conhecimento que tende a desaparecer rapidamente. Por fim, vale ressaltar que estudos etnoecológicos, junto com suas implicações sociais, ideológicas e éticas possibilitam aumentar a representatividade de uma parcela da sociedade nos processos de tomada de decisão formais, em relação aos recursos que utilizam.


O que é Etnozoologia?

Segundo o dicionário ExtremeHost é o ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.

(Por Kamila Mendes, Portal da Ciência, 04/11/2008)


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