O secretário Pedro Nadaf explicou, em sabatina na Assembléia Legislativa do Mato Grosso (AL-MT), que o Governo do Estado estuda a viabilidade de assumir a compra do gás natural junto ao governo da Bolívia.
Com o imbróglio causado pelo anúncio de que o gás natural voltaria a ser comercializado normalmente a partir de segunda-feira (27/10), o secretário admitiu que a notícia de restabelecimento foi precipitada. O contrato havia sido firmado entre a empresa que tem a concessão do transporte do gás para Mato Grosso (Empresa Pantanal Energia) e o governo da Bolívia. Entretanto, na data programada para a retomada do abastecimento, o produto não chegou aos postos devido um problema de contrato entre a Empresa Pantanal Energia (EPE) e o governo boliviano.
“O próprio governador acompanhou as negociações de perto. Trabalhamos com todas as possibilidades para viabilizar o reestabelecimento do abastecimento o mais rápido possível”, declarou Nadaf.
De acordo com secretário, em Cuiabá, pelo menos três mil carros utilizam o gás como combustível. Cerca de 10% dessa frota configura-se como táxis. Para a frota de carros, o secretário explicou que são necessários 25 mil metros cúbicos/ dia de gás e para a empresa Sadia S/A outros 25 mil/dia.
Apesar de não haver prazo exato para o reabastecimento dos postos de distribuição do gás, o secretário garantiu que tudo esta sendo feito de maneira que possa-se reduzir ao ao máximo o tempo para a normalização do abastecimento.
"A maioria dos postos trabalham 24 horas e aqueles que normalmente não funcionam período integral se comprometeram a trabalhar 24 horas até que o abastecimento seja normalizado”, destaca.
De acordo com o presidente Sérgio Ricardo, a Empresa Pantanal Energia não está tendo um comportamento eficaz e de confiança com o governo boliviano.
“Se a empresa esta devendo, ela que pague. Os cidadãos não podem ser penalizados por isso. Entendo que o governador de Mato Grosso deva passar a comprar o gás direto da Bolívia, num contrato particular. Defendo a participação efetiva do governo, para que o Estado não fique nas mãos de uma empresa particular. A EPE, parece que não tem mais crédito junto ao governo boliviano”, destacou Sérgio Ricardo.
O deputado Roberto França foi taxativo ao afirmar que vai cobrar veementemente no desenrolar das negociaões, as condições do contrato firmado entre a EPE e a Bolívia.
França vem cobrando sistematicamente, durante as sessão plenárias, um posicionamento do governo de Mato Grosso sobre as soluções para o caso, que já se arrasta há cerca de um mês.
"Temos que ainda analisar essa questão do preço, que não deve recair no bolso do consumidor. É preciso rever isso também", declarou.
(Por Fernanda Borges, Secretaria de Comunicação AL-MT, 30/10/2008)