Amarrada a uma corda puída, a égua flagrada na quarta-feira sendo surrada por três jovens, na Capital, ontem passou o dia descansando.
Apesar da tunda de relho que a fez tombar em uma rua embarrada na Ilha dos Marinheiros, Branca aparentemente não apresentava seqüelas graves. Os arranhões no pêlo denunciavam o sofrimento. Pastava em um canteiro de grama na BR-290.
Na tarde de quarta, Branca conseguiu se levantar depois de cair apanhando e seguiu trabalhando até o fim do dia. Seu dono é catador de material reciclável e tem outro cavalo para puxar a carroça. Ontem, foi o dia do outro animal fazer o serviço. Por isso, a égua foi poupada.
As imagens feitas pelo fotógrafo Wesley Santos, publicadas em jornais e sites da Capital, causaram revolta. Em zerohora.com, mais de cem leitores manifestaram indignação com os maus-tratos.
Zero Hora conversou ontem com um dos três jovens responsáveis pelos golpes de chicote. O garoto de 15 anos é primo do dono da carroça, que não foi localizado. Indagado sobre o motivo da surra na égua, o adolescente disse ser “normal”.
– Ela sempre trava quando passa ali. Precisa levar um pau – disse.
(Zero Hora, 31/10/2008)