Vereadores de Porto Alegre voltaram ontem (30/10) a discutir o projeto Pontal do Estaleiro. Na opinião da vereadora Neuza Canabarro (PDT), manifestações como a que ocorreu ontem no saguão do plenário precisam ter limites, não podendo ocorrer manifestações físicas. “O ato de manifestação é um ato legal, mas sem baderna”, afirmou. Outra atitude recriminada por Neuza é de um vereador responder para os manifestantes sem ética e moral, atitude que provoca o provocador. "Não é possível ficar refém de alguns para que a lei seja alterada e beneficiar empreendedores que terão grande lucros com a aprovação do projeto do Pontal do Estaleiro".
Sobre manifestações dos estudantes no plenário, na quarta-feira (29/10), Maria Celeste (PT) lamentou a postura de alguns vereadores que, ao invés de tentar acalmar os ânimos, fizeram provocações à platéia. "Nesses momentos, é preciso ter calma com manifestações que são legítimas. Houve confusão pela dificuldade da população em entender esse projeto." Segundo Celeste, há grande preocupação ambiental. "Pode-se estar abrindo precedente para outras construções na orla, que é lugar público." Ela lamentou que o projeto tenha tramitado de forma açodada na Câmara e que prefeito tenha se omitido. "Esse projeto tem vício de iniciativa, mas prefeito não quis enviar projeto à Câmara."
Haroldo de Souza (PMDB) disse que o Judiciário está resolvendo problemas que seriam da alçada dos vereadores. "Essa discussão parece um terceiro turno das eleições." Ele afirmou que toda manifestação é legítima, mas acrescentou que a vereadora eleita do PSol "não tem direito de fazer baderna no plenário". Segundo Haroldo, não havia um movimento no episódio que envolveu estudantes e sim uma tentativa de invasão do plenário. "Respeito a juventude, mas não ela têm direito de invadir o plenário da Câmara. Estudantes foram agressivos e partiram para a violência contra os seguranças da Casa."
(Por Regina Tubino Pereira e Carlos Scomazzon, Ascom CMPA, 30/10/2008)