Um estudo realizado por pesquisadores de Reino Unido, Japão e Estados Unidos comprovou, pela primeira vez, que a ação do homem - como a queima de combustíveis fósseis e a emissão de gases do efeito estufa por indústrias e queimadas - é, de fato, a responsável pelo aumento das temperaturas no Ártico e na Antártica, informa o jornal O Globo.
Trabalhos anteriores haviam relatado elevações nas temperaturas nessas regiões nas últimas décadas, mas o fenômeno não podia ser atribuído à influência do homem por causa da escassez de observações e pela existência de variações climáticas naturais.
Além disso, recentes relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) concluíram que a Antártica era o único continente onde a influência do homem nas alterações do clima ainda precisava de comprovação.
O novo estudo, porém, mostra, através de quatro modelos de simulação, além de extensos registros da temperatura na superfície do continente, que essas elevações não são consistentes com as variações climáticas naturais e devem ser atribuídas diretamente à ação humana.
- Pudemos, pela primeira vez, atribuir diretamente o aquecimento tanto no Ártico quanto na Antártica à influência humana - disse Nathan Gillett, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, um dos autores da pesquisa.
(O Globo, 30/10/2008)